Qual foi o meio de transporte que mais problemas causou a humanidade

Sofrer acidentes de trânsito com cavalos já foi espantosamente comum. Em 1900 os acidentes de cavalos acabou com a vida de 200 nova-iorquinos, 1 em cada 17.000 habitantes. Em 2008, morreram em acidentes de carro 274 nova-iorquinos, um de cada 30.000. Ou seja, um nova-iorquino tinha quase o dobro de probabilidades de morrer atropelado por um cavalo em 1900 que por um carro hoje em dia.

Mas o pior deste meio de transporte animal era a contaminação: o esterco. Um cavalo produzia em média 10 quilos de excrementos ao dia. Com 200.000 cavalos, isso equivalia aproximadamente a 2 mil toneladas de esterco de cavalo.

Nos solares, o esterco de cavalo se amontoava até alturas de 18 metros. No verão, o fedor chegava ao céu. Quando chegavam as chuvas, uma torrente espessa de esterco de cavalo inundava as calçadas entravas nos sótãos das casas.

Imaginem a insalubridade que supunha todo este esterco para a cidade. Milhões de moscas que propagavam doenças mortais. Rios de ratos e outras animais que iam famintas devorar a aveia não digerida e outros restos da alimentação dos cavalos. Cultivos para os humanos que encareciam seus preços devido à imensa demanda dos cavalos. O esterco também emitia metano, um potente gás de efeito estufa.

Em 1898, Nova Iorque foi a sede da primeira conferência internacional de planejamento urbano. A agenda esteve dominada pelo esterco de cavalo, porque todas as cidades do mundo estavam experimentando a mesma crise. Mas não encontravam nenhuma solução.

Então o problema, de repente, foi resolvido graças a uma inovação tecnológica que ninguém esperava. Um transporte bem mais limpo e eficiente. O bonde elétrico e o automóvel.

O automóvel, mais barato em preço e manutenção que um veículo puxado por cavalos, foi proclamado "salvador do ambiente". Só que por desgraça, a história, como todos sabemos, não termina aí. Isto é, durante um tempo o carro foi o símbolo do progresso, da limpeza e da ecologia; e o cavalo uma fábrica contaminadora funcionando a todo vapor.

Nunca voltarei a ver as charretes da minha infância em Passa Quatro da mesma maneira.

Fonte: uctc.net.