Informante ganha 96 milhões de dólares por denunciar a GlaxoSmithKline

Não sei se vocês conhecem ou já ouviram falar de uma lei da gringolândia conhecida como False Claims Act ou lei de Lincoln que permite a qualquer pessoa denunciar fraudes cometidas por prestadores de serviço do estado mediante o recebimento de uma porcentagem desta fraude. É desta forma que Paul Frascella pode receber 17.3 milhões de dólares por ter denunciado seu ex-chefe, Larry Ellison da Oracle, ao estado por prática de inflação de preços.

Esta semana descobri que x9s informantes também tem direito a uma gorda recompensa em território americano. É o caso de uma ex-empregada da multinacional britânica GlaxoSmithKline que receberá uma recompensa recorde de 96 milhões de dólares por ter denunciado irregularidades tecnológicas na produção de alguns medicamentos.

Cheryl Eckard, ex-chefe do Controle Global de Qualidade nesta empresa farmacêutica, informou à agência estadunidense de alimentos e fármacos, FDA, que a GlaxoSmithKline consentiu a adulteração de alguns produtos, entre eles, o popular antidepressivo Paxil, elaborados em sua fábrica de Cidra, em Porto Rico, no período de 2001-2005.

Eckard, que trabalhava em um escritório da GlaxoSmithKline na Carolina do Norte, disse que a companhia mandou a para a rua em 2003, após ela apresentar reiterados relatórios a seus superiores e ao departamento corporativo de reclamações.

Aparentemente, nenhuma pessoa importou-se com os fármacos adulterados na fábrica porto-riquenha da GlaxoSmithKline, não obstante pelo qual a empresa deverá pagar multas com um valor total de 750 milhões de dólares, segundo anunciou ontem a promotora federal dos EUA, Carmen Ortiz, ao comentar os resultados de uma investigação realizada depois da denúncia de Eckard.

A ex-empregada terá direito a uma recompensa de 96 milhões de dólares como informante, uma soma sem precedentes na história de denúncias de crimes ou faltas corporativas no país.

- "É uma coisa que nunca quis fazer, mas foi necessária para a segurança dos pacientes", comentou a dedo duro Eckard à imprensa. GlaxoSmithKline, por sua vez, emitiu um comunicado no qual deplora as irregularidades cometidas na fábrica de Cidra, que foi fechada no ano passado ano por falta de demanda.

Leis como esta em nosso país iam "dar pano para manga" e permitiriam, por exemplo, a um funcionário da Telemar denunciar como Lulinha, um biólogo medíocre que se sustentava dando aulas de Informática e Inglês para ganhar a vida, se tornou um milionário sócio de uma gigante da telefonia do dia para a noite sem tirar um único puto do bolso.

Fonte: Ria Novosti.