Há pessoas realmente famintas, curiosas insaciáveis, viciadas em informação. Mas, em geral, todos nós possuímos esses traços em menor ou maior medida. Nesse sentido, a Internet, como Biblioteca da Alexandria, como sabe-tudo virtual, pode ser certamente viciante para as pessoas. Esta compulsão começa em um circuito cerebral ancestral que nos gratificava por obter informação. Nossos antepassados, que se compraziam em reunir dados, poderiam ter se propagado geneticamente mais do que aqueles outros que mostravam pouco interesse pelas coisas novas. |
Como disse o psicólogo George Miller, somos todos "informívoros". O problema com esta necessidade de conhecimento é que nosso cérebro não está calibrado para deduzir qual informação é mais relevante que a outra. Por isso existem pessoas que sabem muito de física ou de economia, mas outros mostram a mesma compulsão para saber todo o possível sobre Star Wars ou BBB.
De fato, uma das grandes dificuldades da educação sempre foi guiar a necessidade de saber coisas importantes para a sobrevivência social. No entanto, a maioria dos estudantes canalizam seus interesses para outras matérias mais peregrinas que, em realidade, não servem para quase nada.
Sentimos prazer ao acumular toda classe de informação, não importa se é útil, inútil ou falsa ("conspiranóicos"). De modo que acabamos devorando a informação que mais atraentemente nos apresentam, bem como aquela que nos permita ter mais destaque em um nicho social determinado (trekkies do mundo, alcem os braços ao céu).
A Internet favorece bem mais o descontrole na informação que adquirimos, mas não há como evitar, submeter-se a uma dieta informativa, é tão difícil como se submeter a uma dieta nutricional. Inclusive mais: em nutrição sabemos quais alimentos são mais saudáveis, quantas calorias contêm, etc. Ainda assim muitas vezes preferimos o sal, o açúcar em demasia, ou qualquer outro alimento gorduroso. Agora imaginem só no âmbito informativo onde as coisas não estão tão claras. Que informação é mais importante? Um compêndio científico ou uma lista de curiosidades inútil? O conhecimento teórico ou o prático?
Um personagem da ficção, Sherlock Holmes, se vangloriava de não saber algo tão básico como "Por que a Terra gira ao redor do Sol e não o inverso?, já que este conhecimento não lhe servia de nada em seu trabalho diário:
O cérebro de um homem é originariamente como um sótão pequeno e vazio, e a pessoa tem que mobiliá-lo a seu gosto. Um tonto vai empilhando (jogando) qualquer traste que encontra, de modo que o conhecimento que poderia ser útil fica excluído ou, no melhor dos casos, misturado com outras muitas coisas, de tal maneira que seja difícil acessá-lo. Portanto, é de vital importância não permitir que os dados inúteis se misturem com os úteis a base de empurrões.
E você, o que opina?
Fonte: Kluge: The Haphazard Construction of the Human Mind de Gary Marcus.
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Comentários
Nd cmo aprender um pouco de tudo, e nas hrs de maior sufoco...bang, la esta a informação q vc nem se lembrava de ter lido, a mente é formidavel
oi gente
É melhor saber poucas bem, do que muitas coisas mal.
é nois no tibia \o/
Como disse o Luiz Felipe é besteira aprender coisas que não vai usar, pelo menos em alguns casos específicos, e dentre esses eu citaria CURSOS DE OUTRAS LINGUAS, e FACULDADE, dentro de um contexto é claro, por exemplo o indivíduo ama música, e faz uma facul de odontologia 8O, o cara respira internet e se forma em agronomia, minha irmã fez um curso nessas escolinhas da vida ai, saiu quase 2 mil reais que minha mãe paga até hoje, hardware, world, excel, turismo, powerpoint e internet!?!., resultado hoje ela entende tanto de pc que meu irmão de 12 anos é quem resolve os problemas que dá la em casa, uma vez que não moro com minha mãe, e a tanto tempo eu falava, é perca de tempo, de dinheiro, você não liga para computador, a não ser (orkut, msn, facebook) e para isso não precisava gastar dinheiro atoa. escrevi tudo isso para exemplificar, assim como também não acho que valha a pena o sujeito cursar uma faculdade que não gosta, de um campo pelo qual não se interessa. Só ter o diploma naõ resolve e é uma das causas de ter tantas pessoas formadas que não atuam nas áreas em que se formaram, as vezes nem é falta de oportunidade é desgosto mesmo. Então acho que se for para se dedicar a algo, que seja algo que você realmente goste, ou como diz o ditado, algo que até de graça você faria....eu só descobri um trabalho descente e que ganho razoávelmente bem e tenho muito tempo para ficar aqui no mdig, e jogando on-line, sem patrão e chefe para me perturbar, quando decididamente, desisti de procurar um serviço e arranjei um lugar agradável para ficar e fazer o que gostava (jogar tibia e ficar na internet), jogar...nem tenho tempo mais, na internet ainda fico, mas de brinde pela minha atitude, ganhei o serviço, se é que o posso chamar assim, ou como uma outra frase que para mim faz bastante sentido: quem faz o que gosta, não precisa trabalhar. :sha:
Eu faço a seleção de informações. No caso do mdig, só leio aquilo que eu acho interessante e útil (por isso nem comento em todos os artigos)
Que eu li a matéria inteira, afim de obter informações!
Psicologicamente não sei o que levou esse psicologo a dizer que o cerebro não deduz o que é importante.
Mas ja ouvi falar de estudos que diziam que o cerebro usa o seus sistema de emoções para ponderar o que é importante.
Por isso as pessoas dificilmente se lembram do que não gostam em relação ao gostam.
Claro que o ser humano é um ser compulsivo, qualquer coisa já suficiente para ele querer sem fim. Seja um numero de pontos num jogo de videogame, o numero de posts num forum, a quantidade de bens materiais, dinheiro, comida, sexo, velocidade (adrenalina), qualquer coisa pode virar compulsão e a pessoa tem que conseguir cada vez mais daquilo. O cerebro pode se "viciar" em qualquer coisa que lhe de uma satisfação, e informações não seria diferente.
Quanto a importancia das informações, é relativo, no meu caso o que mais tem de informação é sobre computadores, ja que tenho um conhecimento abrangente em varias areas e especialista em algumas areas.
São pilhas de informação, posso descrever como funcionam os protocolos da internet, o processador, um banco de dados, softwares, sistemas operacionais, inclusive como funcionam os minimos detalhes das 5 linguagues de programação que mais uso.
Tambem tenho uma quantidade enorme de informações sobre jogos, já que é meu hobby, e isso com certeza é considerado lixo pelas pessoas, ja que jogo não gera dinheiro (ainda é forte esse preconceito).
Porem fora disso é muito lixo, se é que filmes, estorias, coisas de uso social e qualquer coisa não relacionada ao trabalho pode ser chamada de lixo.
Talvez Sherlock tenha razao, se não te ajuda no seu trabalho e voce não gosta, então é lixo.
Assim como toda a gramatica do portugues é praticamente lixo para mim, não sei o que é uma crase, para que saber disso, não sou escritor.
As pessoas não são burras, elas entenderiam esse texto, mesmo se eu rancasse todos os pontos e espaços, mesmo se eu invertesse todas as letras menos a primeira e a ultima, para que exigir uma conversão de comportamento idiota. Portanto, conhecimento inutel.
E mais, como diria Einstein, não coloco no meu cerebro o que pode ficar em livros, ou hoje em dia, na internet.
Habilidade e conhecimento é importante, informação e dados são lixo e são coisas para computadores triturar e processar, não para uma maquina tão refinada quanto o cerebro humano.
Quanto ao cerebro encher, acho isso duvidoso, ele é muito potente e armazena tudo como relação ao que ele ja conhece, é uma compressão muito forte.
Segundo alguns estudos da Neurologia, o cerebro aprende atraves da criação de uma conexao sinaptica nova, logo fisicamente talvez exista algum limite de conexões, mas deve ser absurdamente alto, e o que não é usado é desfeito, por isso esquecemos daquelas coisas inuteis da escola com portugues, geografia, historia, gramatica, literatura, no meu caso tudo isso esqueci porque não me serve no meu trabalho.
Então mesmo que seu cerebro não encha e seja ilimitado, se voce colocou lixo nele, perdeu algo mais importante, pois o cerebro esquece se voce não usar mais para nada, mas o tempo que voce gastou nunca mais volta.
Como devoradora de livros, mas muito seletiva a internet não me causa problemas. Se o assunto não me interessa, desprezo e sigo em frente. Me policio bastante para não ser dominada pela facilidade da net. Ainda prefiro um bom livro.
É difícil não ler quando se vê letras na frente. Por isso é tão importante selecionar para evitar a perda de tempo. Também retenho apenas informação "utilizável".
A leitura pronta sacia nossa sede por descobrir, encontramos tão facilmente a informação que ficamos com a primeira que nos é apresentada o que não nos permite duvidar e duvidar é a matéria prima de toda a sabedoria, e apesar do google nos apresentar milhares de informações a respeito de um assunto numca passamos da primeira página, santa wikipédia que não permite aos ignorantes navegar no oceano do google a deriva...
É por isso que sempre leio o mdig. :wink:
eu gosto de ler tudo na internet, principalmente coisas inuteis, mas kuando um assunto mi atrai eu leio todinho mesmo ki seja um enorme texto :wink:
:o
Há uma tendência da crença de que "quanto menos ignorantes (na maioria dos assuntos possíveis) formos, mais nobres seremos (intelectualmente)". Isto nos leva a triar cada vez menos as informações!
Pensando de outra forma, também há aqueles que triam as informações que, de fato, são importantes a si mesmos, achando que NINGUÉM deveria, jamais, ser ignorante acerca das mesmas. (uma forma de auto-enaltecimento, hipoteticamente). Isto faz com que haja cada vez menos a seleção de informações dentro do assunto em questão, ao mesmo tempo em que há a tendência de grande ignorância a respeito de outros assuntos.
Não estou certo se há uma ligação entre a falta de empenho em utilizarmos a reflexão e a tendência das "crenças" referidas.
De qualquer forma, não deixo de acreditar que, seja qual for o preconceito (ser ignorante em nada, ou ser ignorante só ao que não convém), há perdas e ganhos, pois, julgo interessante ponderar novos caminhos, os quais, potencialmente, estão a nos apresentar novos objetos de simpatia; ao mesmo tempo em que julgo interessante focalizar as forças a determinados conhecimentos, já conhecidos de afinidade.
Diante de tão intrincado estudo, resta-me apenas dizer que o fato de os nossos antepassados mais dados à informação terem disseminado seus genes em maior quantidade está intimamente atrelado às descobertas interessantes que fizeram enquanto disseminavam seus genes por aí...
No mais, também acho que tenho um conhecimento razoável de coisas que não servem para nada. Por exemplo, latim. O que sei serve apenas para dizer que latim meo caraleo est...
E como podem ver no meu perfil, sei bastante sobre coisas inúteis, e pouco sobre coisas importantes...
Eu leio toda hora coisas novas,principalmente nos blog que costumo frequentar!Sempre com noticias novas e tals....mais meus favoritos so tem coisa que nao presta.
Avidez por conhecimento acho que as pessoas têm em vários graus. Eu acredito que quanto mais conhecimentos gerais, mais uma pessoa pode reagir a qualquer situação.
Hoje em dia muitas fontes misturam conhecimento, através de paráfrases, paródias, citações, influências, apropriação enfim... toda a sorte de referências que facilitam mais a compreensão por quem as tem.
Um exemplo um tanto besta: uma vez tive aula de anatomia humana, mais especificamente do aparelho fonador, e a bolsista que estava mexendo no cadáver doado não soube explicar como as pregas vocais funcionavam.
Do nada (era novidade para mim), lembrei de quando enchemos uma bexiga e manuseamos seu 'gargalo' pra ela ficar assoviando enquanto esvazia e falei isso. Acertei na mosca.
Talvez a questão não esteja no tanto de informações que o cérebro pode armazenar, mas em como treinamos nossas reações para resolver os problemas e situações que a vida nos apresenta, nos baseando justamente nestes conhecimentos acumulados.
ICTUS virou índio dessa tribo?
é BEM melhor ler um livro
Eu sou da base do que "guarda o que não presta...tem o que precisa"
Ou citando alguém mais inspirado: "provai de tudo, retém o que é bom!"
droga
Motumbo Wins!