Guardo ou jogo fora no lixo?

A constante renovação tecnológica faz a gente acumular produtos inúteis. Uma queixa muito comum atualmente é que a modernidade obriga-nos a usar dispositivos eletrônicos de todos os tipos. Mas por outro lado, apenas um aparelho pode oferecer mais de uma função tornando outros imprestáveis ainda que muito recentes. A inquietude surge a partir de um artigo do The New York Times onde Sam Grobart, editor de tecnologia, enumera uma série de serviços e aparelhos e dá seu parecer sobre o impacto que terão no futuro e se serão substituídos num futuro próximo.

• Computador de mesa: Joga fora no lixo. Hoje em dia ainda são a maioria, mas é bem possível que, quando for comprar outro quando este fique antiquado e se não for um viciado em jogos ou editor de vídeos, compre um notebook que tem toda a potência necessária para um usuário padrão e os preços não indicam muita diferença.
• Internet de alta velocidade: Mantenha. Com a chegada dos dispositivos de tipo MiFi, que convertem um sinal móvel 3G em uma rede sem fio que possibilita compartilhar vários dispositivos, é bem possível que esteja pensando em cancelar sua conexão de ADSL e utilizar o celular para se conectar a Internet inclusive quando estiver em casa. Isso funcionaria muito bem se o 3G tivesse um bom sinal de dados, que não tenha pensado ver vídeos no YouTube ou Vimeo e que tenha uma tarifa plana de dados contratada com seu operador (o que se depender das operadoras nunca existirá). Por isso é razoável, pelo menos por enquanto, continuar com o serviço de Internet fixa e obrigatoriamente pagar a taxa de uso do convencional todo o mês (um roubo a mão desarmada).
• Câmera Compacta: Joga fora no lixo. A lente e o sensor de um celular se aproximou muito hoje em dia de uma câmera compacta. Alguns, inclusive, são melhores. E as câmeras compactas têm ainda suas limitações: difícil compartilhar as fotos se não passá-las ao computador e não há aplicações para câmeras como as existentes para smartphones, que permitem aplicar filtros e tratamentos.
• Câmera de vídeo: Joga fora no lixo. Os celulares gravam vídeo e, ainda que não tenham uma qualidade de Imax, para a maioria das pessoas, que não produtores de vídeo, não tem representam diferença alguma. Na gama alta, as novas câmeras reflex digitais de apenas uma objetiva gravam vídeo em alta definição.
• Pendrive de memória: Joga fora no lixo. Para compartilhar arquivos já não é necessário nenhum tipo de hardware. Em quase todos os casos imagináveis é possível transferir arquivos através da Internet. Para isso basta cadastrar-se em um serviço como Dropbox que cria um disco virtual particular que pode ser compartilhado.
• Reprodutor digital de música: Joga fora no lixo. Tem um smartphone? Pois já tem o melhor reprodutor de música do mercado. Muitos aparelhos multifuncionais podem reproduzir dados como música, vídeos, e-mails e aplicações.
• GPS: Joga fora no lixo. O GPS mais barato custa hoje uns 150 reais e já temos celulares xing ling fazendo o mesmo, se não melhor, por quase o mesmo preço ou inclusive "grátis" se tiver um plano pós pago.
• Livros: Mantenha. Sim, os livros eletrônicos são alucinantes e sim, é possível que com o tempo se convertam na principal plataforma de leitura, mas por enquanto ainda devemos pensar na qualidades do livro: é duradouro; ainda que se molhe um pouco, não se perde de todo; a bateria dura para sempre; costuma ser suficientemente barato para, no caso de perda, comprar outro e podem ser emprestados em bibliotecas sem pagar um centavo.
• Despertador: Mantenha. Os celulares podem ter despertadores geniais. Podem ir aumentando o volume paulatinamente, facilitar a informação do tempo que vai fazer e acordar com sua canção favorita. Quando estiver viajando seguem anos-luz a frente de alguns incompreensíveis despertadores de quartos de hotel. Mas o problema técnico com o horário de verão descoberto recentemente no iPhone poderia dar o que pensar a alguns madrugadores, ademais ajustar o alarme da hora a despertar talvez requeira conhecimento de vários menus e submenus, enquanto girar uma manivela na parte traseira de um cebolão continua sendo a tarefa mais simples do mundo.

Eu gostei bastante da lista de Grobart, mas devemos levar em conta que esta classificação é subjetiva e totalmente discutível, já que todos temos nossa debilidade por algum objeto que nos serve fielmente. Ainda que os celulares venham substituindo um monte de coisas, nunca poderemos comparar uma foto, por exemplo, feita com uma câmera e com um celular, por muito bom que seja o aparelho.

Creio que o post seja mais para conhecer para onde caminha a tecnologia do futuro e é bem possível que todos aqui tenhamos nossa própria lista de tendências de descartáveis e sustentáveis. Eu, por exemplo, não consigo ficar sem meu relógio de pulso, mas há muito tempo venho tentando abolir todo tipo de papel na minha mesa.

E você? Qual sua lista? O que não consegue abdicar e o que já se tornou obsoleto na sua vida há algum tempo?

Fonte: The New York Times .