Retratos de lutadores de wrestling do Congo (23 fotos)

Poucos jovens tem conhecimento, mas o Brasil já teve uma época áurea da luta livre, mais conhecido na época por telecatch montilla e que serviu para alavancar a audiência da TV Globo, que recém nascia, com lutas teatrais, mais falsas que nota de 3, entre lutadores de nome tão sugestivos quanto estranhos como Ted Boy Marino, Fantomas, Fumanchu e outros. O gênero não é mais tão popular no Brasil, mas a gringolândia criou muito ídolos do cinema vindos do wrestling, entre os quais Hulk Hogan e Dwayne "The Rock" Johnson.

Nas lutas encenadas do antigo telecatch, existiam torcidas organizadas para este ou aquele lutador. Na luta valia tudo: mordida, dedo no olho, tijolada na cabeça, espremer limão nos olhos e até surrar o juiz. O script nunca mudava: o mocinho apanhava a luta toda e no final, quando tudo parecia perdido, ele recuperava as forças, aplicava uma série de golpes como tesouras voadoras nos homens maus e vencia a luta para total delírio da galera.

Pois o wrestling chegou recentemente a República Popular do Congo e entre as lutas encenadas e reais conquistou milhões de fãs, como mostrado pelo fotógrafo Colin Delfoss, que foi ao país africano para fazer uma reportagem sobre mineração de cobre, mas uma noite, quando voltava para a capital Kinshasa, viu um homem com uma máscara, de pé sobre o teto de um carro, liderando uma procissão de ritmistas e algumas dúzias de homens e crianças.

O fotógrafo belga intrigado começou a perguntar às pessoas ao redor, e lhe disseram que era um desfile de véspera de shows de luta livre. Delfoss custou a acreditar que via algo relacionado a tradição da luta livre em um país onde aconteceu a mais sangrenta guerra desde a II Guerra Mundial, que matou cerca de 8,4 milhões de pessoas. Ao final descobriu que o wrestling é tão importante na vida do país que participa dos seus jogos nacionais e até mesmo os guarda-costas do presidente participam dos eventos.

No Congo, há dois tipos de wrestling. O clássico que tenta imitar a WWE americana, e a luta com magia negra que envolve o uso de "mágica" e "feitiço" quando os lutadores usam trajes mais condizentes com feiticeiros e bruxas.

Lutadores e feiticeiros de magia negra lutam por glória e vitória nos ringues improvisados dos arredores de Kinshasa. Ambos buscam o respeito e a admiração das ruas. Em geral, são pessoas comuns que, quando terminam suas atividades diárias, colocam suas máscaras e fantasias e se preparam para a batalha, onde round após round distribuem porradas e feitiços até que um seja o derrotado.

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Fonte: Time.