Igreja da Luta, quando a porrada complementa a oração

O que fazer se o seu amor pelas Artes Marciais Mistas (MMA) é tão forte quanto a sua paixão pela religião? Um documentário chamado Igreja da Luta tentará dar esta resposta ao enfocar o Pastor Paulo Burress que criou uma espécie de combo entre uma Igreja da Trindade e sua escola de MMA, onde seus seguidores professam "Amar a teu próximo como a ti mesmo." e logo após paradoxalmente metem o joelho sem dó na cara dele o mais violentamente possível.

O polêmico documentário dirigido pelo vencedor do Oscar Daniel Junge, que tenta explorar a relação complicada entre o cristianismo evangélico e a luta no octógono, que recebeu um financiamento de 30 mil dólares do genial projeto colaborativo Kickstarter, se concentra principalmente na história do pastor Paulo Burress e sua igreja. Embora ainda esteja em fase de produção, o trailer publicadas on-line causou grande celeuma.

- "Eu adoro lutar!", diz o pastor Burress que tenta se explicar sobre sua congregação, mas não convence: - "Na vida há momentos em que você tem que dar alguns socos porque há uma batalha lá fora e o inimigo espreita tentando buscar e destruir-nos. Ele quer destruir sua família, ele quer destruí-lo pessoalmente. É aí que a Bíblia dá a sua formação".

Ele diz que gostaria de realizar competições em sua igreja, em Rochester, mas o MMA é ilegal no estado de Nova Iorque (EUA). De acordo com outros cristãos evangélicos que gostam da luta, o MMA não é violento, dizem que é apenas "um enfrentamento de dois participantes que entram em um octógono dizendo para si mesmos que irão testar a força do outro hoje e o melhor homem vencerá". Para os combatentes cristãos mostrados no trailer, a luta é religiosa por si só.

- "A esperança é que através da luta eu possa criar um relacionamento com a pessoa que estou lutando e estender Cristo para ele", diz um dedicado lutador, enquanto o "Pastor da Luta" Brandon Beals diz:

- "O maior exemplo está na Bíblia onde Jesus foi um lutador. Esse é o tipo de Jesus que eu quero servir".

Daniel Junge, o diretor do filme, explica que a religião é tal que cada um tem sua própria interpretação. Por vezes, uma interpretação para lá de apaixonada. As pessoas que habitam este estilo de vida, saem na porrada e são cristãos devotos acreditando que não há nenhuma contradição.

Provavelmente a coisa mais perturbadora sobre a Igreja da luta é na mostra de jovens envolvidos na luta. Um deles diz:

"Eu vou entrar no ringue e arrancar a cabeça deste cara", antes de pisar no ringue e levar uma tremenda surra. Depois ele é mostrado chorando e sendo consolado pelo Pastor Burress que diz que alguns dos suas melhores experiências de vida envolviam tomar uma surra.

Sei lá o que pensar disso tudo, mas eu acho que o octógono é um bom local para estes caras seguirem seus ensinamentos cristãos oferecendo a outra face... ou não.

Peraí, deixa eu sair do octógono dos comentários. Fight!!!  

Fonte: Huff Post.