Dias atrás uma série de vídeos do fotógrafo Clayton Cubitt, que monta uma interessante exploração das relações entre a mente e o corpo e dos limites de domínio de um sobre outro, se tornaram um viral na rede. Decidi postergar sua publicação porque não gostei da forma chula e vulgar como foram divulgados pela maioria dos sites e blogs ao mostrar mulheres lendo literatura erótica ou sensual enquanto um misterioso dispositivo as estimula até o orgasmo. Atenção: o seguinte post tem conteúdo adulto. |
O caso é que no Ocidente, a relação entre mente e corpo foi construída, quase desde o início, como uma oposição, como duas entidades em conflito perpétuo na qual uma busca o domínio da outra. O autocontrole, uma das noções mais características da cultura ampla à que pertencemos, se refere à soberania da mente sobre esse "cárcere dos sentidos", esse veículo passageiro de uma matéria que se crê imperecível.
Entre as muitas expressões que encontra esta rivalidade, uma pouco explorada é a do retrato. Efetivamente, quando uma pessoa se prepara para ser retratada -pictórica ou fotograficamente- obriga seu corpo a manter uma posição, a se sujeitar ao império da mente, justamente para preservar algo dessa essência que, se crê, a verdadeira cara de uma pessoa.
Partindo de ambas as premissas, o fotógrafo estadunidense Clayton Cubitt realizou um experimento singular: colocou três mulheres lendo livros que são considerados sensuais ou francamente eróticos: Leaves of Grass, de Walt Whitman; Necrophilia Variations, de Supervert e Still Life with Woodpecker, de Tom Robbins; acrescentando um mecanismo misterioso que mantinha estímulos contínuos a zona genital das leitoras, ou ao menos até que esta atingisse o orgasmo (o que marcava o fim do experimento).
Entre outros propósitos, Cubitt buscou explorar essas zonas limite onde a mente já não atinge governar o corpo, apesar de todas as diretrizes, mandatos e ordens que lhe são dirigidos:
- "É muito interessante escutar o que estava passando por suas mentes conforme perdiam o controle do que liam e seu corpo se deixava vencer. Elas asseguram que tudo se transforma em um transe quase religioso, e foi comum que não recordassem a última metade do que leram", diz Cubitt.
Por outro lado, como uma preocupação de índole estética, o fotógrafo recorreu também à noção de retrato, na qual, como dissemos antes, se torna imprescindível a quietude motriz controlada pela mente:
- "Por muito tempo fui fascinado com o conceito de controle e autenticidade no retrato, especialmente nestes tempos modernos de marketing pessoal, auto-retratos do Facebook e documentação incessante de si mesmo no Instagram. O que os retratados revelam em verdade? Como podemos ver o que é real e o que é apenas pose? De modo que tive vários projetos relacionados com a distração das modelos, de suas poses praticadas para algo mais próximo à realidade, ainda que seja um negativo artificialmente desenhado da mesma".
Até agora, estes são os únicos três vídeos realizados, ainda que no Youtube os clones e paródias só fazem aumentar. Cubitt tem intenção de replicar o experimento com homens e transgêneros. Stoya, por verdade, a protagonista da primeira leitura, é atriz pornô profissional.
O experimento trata-se, em suma, de um interessante exercício fílmico, fotográfico mas, sobretudo, mental, no qual se revela o precário domínio que nosso pensamento exerce sobre o veículo ao que está atado e o ilusório que resulta o fundamento deste domínio.
Fonte: Alternet.
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Comentários
Que mentira!!! Só quem goza mesmo sabe que é meio impossível sem estimulação clitoriana...Vc pode ficar muito excitada, mas gozar não..Ou então elas pensam q o que elas estão sentido é orgasmo..
excitante...
A sugestão das mulheres de 60 anos foi para mim, Maria? Tipo, para EU ir atrás de fazer esses vídeos? 8O
:lol: Brincadeirinha, eu entendi seu comentário.
"Garota inteligente" massageia meu ego. :wink:
Também estou fugindo aqui. Côdilôco!
Roooaaarrrr....
Que maravilha ver o orgasmo feminino... A primeira, muito gatinha, foi fantástica.. as outras duas foram maravilhosas... Delícia de experimento...
Adoro ver os olhinhos se revirando... pra mim é o máximo...
Interessante.
Ta bom Edgar, ta tudo certo
Claro que não, Maria! Só quis dizer que não gosto muito de observar senhoras, tendeu? Foi piada, brincadeira, a nível de risada ou de sem-gracisse, mesmo. Podem gozar a vontade os senhores e principalmente as senhoras. (o "a nível de " é uma delícia de falar, né? Nada a ver...)
Edgar Rocha, quer dizer que vc acha que as mulheres acima de 60 não devem ser felizes? Acha que elas já morreram e esqueceram de enterrar?
E o que me diz do viagra então? Não foi feito para os homens acima dos 60? Para que sejam felizes?
Maria,
Não vamos nos desviar da objetividade do trabalho científico! Faze-se premente para a análise empírica do resultado que as indivíduas do sexo feminino sejam jovens a nível de idade. O objetivo deste experimento é graduar o quanto urge o desejo pelo intercurso sexual (conhecido como coito fodístico) e a relação deste com as imagens produzidas no sistema nervoso autônomo, concomitante com o estímulo das áreas nervosas do aparelho reprodutivo destinadas ao prazer (vulgo grelinho). Tal experimento nada envolve o mensuramento das taxas de testosterona do expectador, já que é sabido que diante da imagem gerada por um orgasmo sexagenário e muchibento, este baixa aos níveis da castração, causando subsequentemente, o encolhimento do apêndice reprodutivo masculino aos padrões asiáticos mais tradicionais.
tsc tsc tsc ... Sentinela, sem oxigênio no organismo por algum tempo nossos pulmões se inflam involuntariamente, mas isso pra manter nossas funções vitais..... acho que o contexto da pesquisa é um pouco diferente... hehe :roll:
Mas a idéia da Maria é boa!!! :lol:
Sentinela, ( garota inteligente)
Gostei dos seus palpites, muito interessantes.
Aproveitando, gostaria de sugerir o seguinte... errr... queria ver fazer esses vídeos com mulheres de seus 60 anos, gordas e grisalhas.
:twisted:
Tudo isso que eu falei (escrevi) foi um palpite. Não assisti os vídeos, apenas li o post.
Estranho. Mas não acho que seja exclusivamente no ramo sexual que isso aconteça. Apenas é mais rápido e fácil de se medir.
Imaginem que deixassem as voluntárias passando fome e lendo livros de receitas. De um momento para o seguinte elas iriam acabar desistindo da leitura, ou se esquecendo de algumas linhas. Mas até a fome "apertar" tanto, dias podem se passar.
Enquanto o estímulo sexual dá resultados muito mais instantâneos e fáceis de se perceber.
Claro que o interesse da mídia é maior quando há algum tipo de sexualidade envolvida. Não estou tirando o mérito deste trabalho, pelo contrário. Também achei curioso, e acho que mais e mais pessoas podem fazer pesquisas sérias nesse ramo (mesmo que não usem exatamente este método). Por exemplo, imagino que seria tão efetivo (ou quase tão efetivo) como essa experiência se colocassem as voluntárias para prender a respiração. Uma hora a pessoa solta o ar.
Com a vantagem adicional, no estudo acima, que não há perigo de morte por inanição ou sufocamento. :fool:
Já mandei o primeiro vídeo para os links da semana.
hummm... pensando no comentário do edgar rocha....:roll:
Admin... você não tem nenhum material "profissional" desta tal de Stoya pra disponibilizar pra gente??? só pra efeito de comparação, é claro :lol:
Que fera! As expressões verdadeiras de prazer são bem diferentes do senso comum, não? O descontrole é lindo e, ao mesmo tempo, assustador (pra quem o sofre, claro). A primeira moça é uma gata. Será que, sendo atriz pornô, sente sempre um orgasmo desses durante as cenas? É só comparar. Não a vi num filme, mas seria interessante. (rsrsrs) Creio que vai ficar bem clara a distância do clichê pornográfico, com o desarranjo lindo de sua expressão neste video.
assisti ao 1º pulando em várias partes, parece que ela está segurando um pum e uma risada. hahaha
C acha?!? ¬¬
Homem bate um monte e nem por isso deixa a mulher de lado!
Interessante....
Se a moda pegar... nós homens estamos com os dias contados... :roll:
:fool:
Vai um pinto ai?