Este artigo poderia muito bem ser a continuação do post de ontem sobre "Saber buscar no Google: a única habilidade necessária em nossos dias?", já que retorno ao assunto sobre os motores de busca, que desde seus inícios converteram-se em radiografias dos interesses que as pessoas têm em todo mundo. Google inclusive chama estes termos mais buscados de "Zeitgeist", o espírito dos tempos. |
Atualmente abriu-se uma nova janela para este pulso sociocultural com os preditores de busca de Google e Bing que completam uma frase para nos poupar tempo. A análise de dados que estas companhias realizam e que enriquecem suas bases de dados -uma mina de ouro para o marketing digital- resultam nestas formas de autossugestão acessíveis a todas as pessoas. Aquelas frases de busca que aparecem quando a gente inicia a escrever algo na caixa de pesquisa do Google ou do Bing refletem os termos mais buscados e, portanto, o que as pessoas estão pensando sobre dado tema.
Segundo o New York Times, alguns dos mais comuns são, em inglês, "Quando será o fim do mundo?", "Neil Armstrong é muçulmano?", "George Washington era gay?". Em geral a pergunta sobre se uma pessoa é ou era gay é uma das mais realizadas por este sistema de auto-preenchimento.
Ainda que as perguntas, segundo estudiosos, refletem padrões mais amplos, tendem sempre a cair no politicamente incorreto ou na invasão de privacidade para saber, por exemplo, se o ex-presidente Lula é mesmo aposentado por invalidez e corrupto, ou se Dilma é satanista e sapatão.
A razão pela qual predominam este tipo de perguntas é que um motor de busca é o substituto ideal de um confidente, aliás, mais do que um confidente, já que muitas pessoas não perguntariam determinadas coisas a seu melhor amigo, mas não se envergonham de perguntar ao Google e ao Bing; quando sabem que não serão julgados por ninguém de maneira diferente.
Outra forma de ver como a busca reflete os estereótipos coletivos é iniciando a busca por nacionalidades "os brasileiros são..." ou "os chineses são..." ou ainda "os americanos são...". No caso dos chineses as buscas mais frequentes sugerem que são "porcos" e "canibais"; já os americanos são "patriotas" e "arrogantes" e os brasileiros são burros já que a maioria quer saber se somos mesmo latinos. Estes estereótipos, por pouco evoluídos que pareçam, são inevitavelmente um reflexo do pensamento coletivo. Desta forma sempre é interessante e curisoso ver as autossugestão para saber o que as pessoas realmente estão buscando e, sobretudo, pensando.
Google especialmente converteu-se no espelho da mente coletiva de nosso planeta. Uma poderosa tecnologia que ao mesmo tempo que abre a mente, a fecha, já que ao ter uma espécie de monopólio sobre a informação que acessamos, tem o poder de levar praticamente à inexistência àquilo que não aparece entre os primeiros lugares de seus resultados.
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Comentários
me falaram q o Google dava as opções de acordo com as suas buscas anteriores, tipo digitar "marcha" na caixa de pesquisa.
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Tyr, não é isso. Eu só mencionei que há uma grande diferença entre hispânicos e brasileiros, cultural principalmente.
Luke, uma pra você:
É tão importante pra você assim a etnia?
A língua espanhola é oriunda da um pais europeu, vizinho do país de teus antecessores.
Cadê o foco no aprendizado vasto dos países mais velhos, como Espanha, Romênia, Áustria, Itália, Portugal, Alemanha, Hungria...
Onde fica Praga mesmo? ^^ - Dizer no Brasil não vale!
Luke, aqui no blog você parece um alienígena.
Tem uma pergunta legal aí.
Se você considerar "latino" as pessoas que são da América e falam línguas derivadas do latim, alguns canadenses, a America do Sul e Central, quase em totalidade, são, incluindo o Brasil. Mas se você falar de um grupo étnico, já é bem diferente, acho que Brasileiros e franco-canadianos estão fora. O motivo é bem simples: Coloque um brasileiro ou canadense junto a grupos dos latinos, alguns (mais frequentes a brasileiros) podem até ter cor parecida mas nem sempre, porém uma hora ou outro vai perceber que a comunicação é extremamente afetada, além de costumes e tradições.
Se me colocares ao lado de comunidades latinas eu pareceria um alienígena, e morreria de fome por entender NADA na língua espanhola.
pois é... :|
Bem lembrado, PH. kkkkk
Interessante esses dados...
Nem se deu ao trabalho de editar ao menos aquele fundo na última imagem, Admin. :roll: