Durante a época comunista inexistia o conceito propriedade privada, então era muito fácil desapropriar os bens imóveis das pessoas e deixá-las literalmente na rua da amargura, mas hoje em dia, com as novas leis, é ilegal demolir um edifício ou uma casa até que um acordo legal seja realizado entre as partes interessadas.
Com base nisso, alguns moradores que gostam da sua casinha ou, às vezes, por pura rebeldia e resistência, decidem não fazer acordo nenhum. Assim a propriedade é mantida, mas o seu entorno toma novos ares da obra e na maioria das vezes a casa-prego fica sem luz, água e até sem acesso. Fazemde tudo para complicar a vida do dono da propriedade.
Nesta semana, ficou famoso o caso de uma família de sete pessoas que vive há três anos em um prédio de três andares em ruínas no centro de Xian, sem água, luz, esgoto... enfim nenhum serviço básico essencial. As autoridades se negam a fazer um acordo com o chefe da família, que tem o registro de construção, no entanto não tem o registro do terreno que está no nome do irmão dele que morreu. Assim, legalmente, coitado, não é dono de nada, mas ele e toda a família dizem que só saem do prédio em um caixão.
O casal Yang Wu e Wu Ping que se recusou a deixar uma área zoneada para um shopping center, inspirou outros na China para desafiar os empreendedores. Esta foto de 2007 mostra a sua casa que se destaca como uma ilha cercada por um canteiro de obras de até 10 metros profundidade.
Nesse mesmo ano, no distrito central de Shenzhen, um casal se recusou a vender a sua casa por 6.500 yuans (2.600 reais) oferecidos e, em vez disso, exigiu 18.000 yuans (7.200 reais).
Também em 2007, em Guangzhou, capital da província chinesa de Guangdong, um única prédio permanece desafiador no centro de um canteiro de obras de uma nova zona de prédios.
Em 2008, os proprietários de uma casa nos arredores de Nanjing, na província chinesa de Jiangsu, insistiam que queriam mais dinheiro por sua casa, depois que as autoridades locais anunciaram que seu terreno deveria ser usado em um projeto industrial.
Em 2009, outra casa-prego desafiadora em Chongqing. Mais uma vez, os donos exigiam uma melhor compensação antes de permitir que a sua casa fosse para a construção de um conjunto habitacional.
No final de 2012, um casal de idosos se recusou a assinar um acordo para permitir que sua casa fosse demolida. O prédio era a única coisa em pé bem no meio de um rodovia pavimentada.
Xangai em 2007.
Um edifício parcialmente demolido e isolado em Kunming, 2010.
Túmulo no meio de um canteiro de obras em Longbao, Taiyuan, dezembro 2010.
Yongji, dezembro 2010.
Taizhou, China, 2012.
Uma casa no meio de algumas torres de arranha-céus, sem água e energia elétrica por quatro anos, em Zaozhuang, China, 2009-2013.
A última casa em um canteiro de obras em Gongqin, cidade de Yichang, China, abril 2013
Vila Yangji com apenas algumas casas de prego isoladas restantes, Guangzhou, China, 2013
A casa de um agricultor sitiada entre três das principais rodovias. Eles viveram ai há cinco anos.
Changsha, China.
Uma casa perto da Estação Ferroviária Shenzhen Norte, Shenzhen.
Bônus: Vivendo debaixo de uma ponte, Zurique-Brunau, Suíça, 2007.
Bônus duplo: casa no bairro de Ballard em Seattle.
Bônus triplo: Casa em Washington. Um empresário ofereceu 3 milhões de dólares em 2008, ainda que a casa em si não vale mais que 200 mil. O proprietário recusou a proposta, fez um empréstimo, e abriu uma pizzaria.
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Comentários
A atitude da sociedade, de usar o progresso para atropelar todo o resto é errada, mas eu não sou fã de teimosia tambem. Se eu estivesse nessa situação, não ia gastar minhas energias brigando para morar numa nail house. Desistir pode ser visto com maus olhos, mas é uma política boa para quem quer viver tranquilo.
Deveriam demolir todas essas nojeiras. Só escapam a casa de Seattle e a casa suíça. Quanto ao túmulo, os restos mortais deveriam ser transferidos para um cemitério.
TIPO ESSE EMOCOTION 0-O-0
SERVE SMYLEIFOBIA DE ARANHAS?
HE,HE:D SO DE PENSAR NO MEU TIO 8) QUE MORA LA NA NOVA ZELANDIA,PODIA DEIXar eu morar com ele,pena:( ,mas,pena que ele mora no meio da florestinha com aranhas,ursos se tiver :P MAS SE NAO TIVER ARANHAS E URSOS TA :) TIRANDO EU ALGUEM TEM ARACNOFOBIA E URSO FOBIA E NAO PODEMOS ESQUEÇER DE ALTURA?
Daqui não saiu daqui ninguem me tira. :lol:
Até sei a quais episódios se refere. V (Automaticamente me lembro, nesses posts.)
Lembrei do Pernalonga e do Pica Pau.
"Apenas uma pequena porção de terra da costa permanece como era antes. Esta é ocupada por Filemo e Báucia, um velho e simpático casal que aí está há tempo sem conta. Eles têm um pequeno chalé sobre as dunas, uma capela com um pequeno sino, um jardim repleto de tílias e oferecem ajuda e hospitalidade a marinheiros náufragos e sonhadores."
E essas casas no meio da rua, Imagina se tu sai de casa e é atropelado.
Quem liga para suas lembranças e reminiscências agradáveis - e até desagradáveis - de fatos ocorridos no lugar onde você sempre morou? Ou para a energia contida numa casa que abriga sua família há gerações?
Pode descer a bola de aço. Em nome do progresso. Do desenvolvimento. Do dinheiro.
Acontece no Brasil, só que incrivelmente a injustiça brasileira é extremamente rápida em desapropriações...
"Nesse mesmo ano, .... , um casal se recusou a vender a sua casa por 6.500 yuans (2.600 reais) oferecidos e, em vez disso, exigiu 18.000 yuans (7.200 reais)"
Dá pra ver que a teimosia está no sangue do chinês...
A família não querer dar o braço a torcer, tudo bem, ela precisa do dinheiro. Agora o cidadão que quer construir um empreendimento imobiliário de dezenas de milhões de dólares, deixar uma casa ridícula no meio por causa de 4.600 conto... é de lascar né!? :fool:
vá ser muquirana assim lá na China..... errrr :roll: é la mesmo. :lol:
Sei lá, né... Eu entendo alguns.
Na maioria dos casos são uns pé rapado que só tem aquele barraco,
estaria ali a chance de mudar de vida para uma casa nova, ma não preferem ficar na merda. Gente desse naipe tem que se fode mesmo.
Na Suíça, mesmo as moradias embaixo da ponte têm algum charme. :roll:
Persistência.