O arquiteto Octavio Mendoza, de 64 anos de idade, literalmente cozeu a casa onde vive. Ele chama a casa de 5.400 metros quadrados de "maior peça de cerâmica do mundo". A Casa Terracota, ou Casa de Barro, foi construída exclusivamente à mão usando argila que foi cozida ao sol. Localizado em Villa de Leyva, uma aldeia colonial nas montanhas, na Colômbia, também é conhecido pelos locais como a "Casa dos Flintstones". |
Do lado de fora, a Casa Terracota parece um enorme monte de barro, vagamente formado para se assemelhar a uma casa de campo. É cercada por campos verdes exuberante, contra um cenário deslumbrante das montanhas. No interior, os cômodos fluem para os outros, como se toda a casa fosse escalonada em um único molde.
Tão rústica quanto parece, a casa de barro oferece algumas conveniências modernas: painéis solares para água quente, banheiros e pias cobertos de mosaicos coloridos, dois andares com sala de estar e quartos e uma cozinha totalmente funcional. Claro, a mesa da cozinha e todos os utensílios são todos formados a partir do mesmo material, argila. As canecas de cerveja que enfeitam a cozinha são feitas de vidro reciclado e as luminárias de sucata.
Mendoza, que passou a maior parte de sua carreira projetando casas, edifícios comerciais e igrejas, diz que a casa de barro é o seu "projeto de vida". Ele começou a trabalhar com ele mais de 14 anos atrás: seu objetivo era demonstrar como o solo pode ser transformado em arquitetura habitável simplesmente usando os recursos naturais à mão.
A Casa Terracota não contém um grama de cimento ou aço. Mendoza, que também é ativista ambiental, explicou:
- "Pense nisso desta maneira. Em alguns lugares do deserto (que existem em todo o planeta), o solo é perfeito para este tipo de arquitetura. Isto significa que para todas essas regiões, um sistema como este poderia trazer moradia para milhões de famílias".
Mendoza acredita que devíamos buscar propostas alternativas para o uso na decoração dos seus espaços:
- "A casa Terracota é um espaço único, destinado não só para incorporar e promover a minha filosofia, mas também para desencadear a experimentação arquitetônica e artística", disse Mendoza. - "Isso significa que estamos sempre incentivando a criação de propostas alternativas no uso de materiais. Por isso, estamos em constante contato com artistas, arquitetos, designers e outros artesãos que estão interessados em nos ajudar a levar ainda mais longe o projeto."
Mendoza vive em outra casa na aldeia, mas ele passa a maior parte do seu tempo na Casa de Terracota, trabalhando em mobiliário de barro e utensílios. A casa é aberta a visitações (custo em torno de oito reais) com um guia que explica todos os seus detalhes construtivos.
Muitas pessoas se admiram com as construções de barros, mas no interior de nosso país podemos encontrar aldeias inteiras de pau a pique (taipa de mão), que após um acabamento alisado e uma caiação não ficam nada a dever às casas convencionais, com o atenuante que são bem mais baratas.
Mas a revolução na construção civil ainda está por vir, pena é que a tecnologia, nesse caso uma impressora 3D gigante, continuará na mão dos poderosos. Recentemente a empresa chinesa Shanghai WinSun Decoration Design Engineering imprimiu 10 casas de 200 metros2 em apenas um dia, ao custo de 10 mil reais por casa. Há muitas novas técnicas da aplicação da construção civil por meio das impressões 3D. Na referida aqui, ademais, é possível usar resíduos de construção.
De modo que em breve, se usada em benefício dos menos abastados, logo logo as casas de taipa ou de barro serão o objeto de desejo de apenas àqueles que têm dinheiro para queimar.
Fonte: NBC News.
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Comentários
Que doido !!!
Só faltou uma pintura branca, pra ficar show !!!
:-)
Esse se inspirou em Gaudí e esta casa está melhor que aquela versão de luxo que já foi postada aqui.
Admins, boa tarde. A tua constatação final é lastimável e verdadeira, infelizmente.
O mercado já vem, de uns tempos prá cá, tentando criar mecanismos que contenham estas iniciativas de auto-suficiência, temendo a acessibilidade das camadas subalternas aos recursos disponíveis e gratuitos. Há conhecimento disseminado suficiente pra que alguém se vire sem depender de construtoras ou prestadoras de serviço que, na prática não são mais que meros atravessadores entre a produção de matéria-prima e o consumidor. Me lembro de um caso interessante, quando a Kibon e outras grandes empresas tentaram de alguma forma fazer frente à produção caseira de sorvete (principalmente o geladinho caseiro da mamãe, feito com frutas do pomar). Mas, hpje, a briga é ainda mais injusta. O caso recente, acho que foi no Paraná, em que a prefeitura de uma cidade tentou uma forma de atribuir imposto ao uso autônomo da energia solar, também é um bom exemplo. O que vai surgir de lei pra forçar o embargo de construções como esta acima, alegando de tudo, buscando "irregularidades", tudo pra forçar uma dependência do consumidor,não vai ser brincadeira. A criatividade humana é a última fronteira do mercado, no sentido de apropriar-se do conhecimento e do direito a maior autonomia frente às instituições e às elites. Já se paga royalties por tudo. E qualquer ideia tende a se tornar "pirataria".
A estética da casa até que ficou engraçada.
Achei curioso mesmo foi imprimir uma casa, e ainda acho a impressora 3D uma das coisas mais ''revolucionárias'' e úteis atualmente.
Não gostei.