Os trabalhadores das pirâmides podiam justificar sua falta ao trabalho? Será que naquela época já era possível levar um atestado médico para justificar as faltas? Nos fixaremos, por seu controle e detalhe, nos trabalhadores das pirâmides. Mas antes é preciso esclarecer que as algumas descobertas e estudos sobre elas deixam claro que não eram escravos como mostram os filmes de Hollywood, senão que eram bem alimentados, organizados e, ademais, eram completamente livres. |
Eram organizados por grupos de uns 40 a 60 trabalhadores que podiam aumentar em momentos pontuais por "necessidades do serviço", dirigidos, cada um, por um capataz, com a supervisão de um escriba.
Este último, além da supervisão, tinha também funções administrativas pois devia lidar com os papiros da contabilidade. Anotava o progresso dos trabalhos, o material necessário e o que estava sendo utilizado, e também as ausências dos trabalhadores com seus correspondentes motivos. Dentre as causas que eram aceitas como justificadas estavam:
- Embalsamar um ente querido.
- Picada de escorpiões.
- Fabricar cerveja para uma celebração.
- Embriaguez.
- Ter recebido uma surra da mulher em uma discussão conjugal
E ainda que pareça-nos surpreendente, eles tinham mais dias de folga do que nós: coroação ou falecimento de um faraó, seus correspondentes aniversários, celebrações religiosas, enchentes do Nilo, os epagômenos (os cinco dias acrescentados ao ciclo de 360 jornadas para completar o ano solar de 365 dias dos egípcios) e inclusive na época de Ramsés III (1198 até 1166 a.C.) pode ser rastreado o primeiro registro de uma ação sindical em massa, sim uma greve. Segundo o papiro conservado no Museu Egípcio de Turim as greves surgiram devido ao atraso das refeições que faziam parte dos salários dos operários.
Os trabalhadores estavam a mais de vinte dias sem receber o sustento porque o governador de Tebas oriental e seus seguidores tinham interceptado o envio. Quatro meses depois, o conflito reacendeu. A entrega de alimentos demorou de novo, desta vez dezoito dias, e os operários foram obrigados a reclamar o que era seu, mas receberam carregamentos insuficientes. Por esta razão interromperam o trabalho e dirigiram-se ao templo de Tutmés III em Medinet Habu, onde apresentaram suas queixas, exigindo que o próprio faraó fosse informado e proclamando:
- "Chegamos e esta situação de vir até aqui por causa da fome e da sede, pela falta de roupa, de pescado, de hortaliças. Escrevam ao Faraó, nosso bom senhor, e escrevam ao Vizir, nosso superior. Façam com que saibam para que possamos viver com dignidade!"
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