Time-lapse mostra a beleza psicodélica dos recifes de coral como você nunca viu antes

Não há outra maneira de descrever estas imagens do que recorrendo à linguagem poética, seguindo a explosão de cores e formas simétricas com espelhos de palavras. O vídeo Slow Life, do fotógrafo Daniel Stoupin, retrata a vida marinha da Grande Barreira de Coral da Austrália, eleita Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco em 1981, um gigantesco animal coletivo que é também um bosque submarino que alimenta milhões de animais.

Um fundo de cristais bio-iridiscentes, um andar marinho estofado de jóias que são eclosões de flores cósmicas envolvidas em uma gelatina psicodélica como a que poderia ser encontrada no útero de uma galáxia espiral, brotos de algas como protoplanetas, pó e gás estelar tingido por um pigmento de alcalóides, estátuas animistas que lampejam a paleta super-espectral do pintor dos mundos celestiais...

Surge esta sensação que o que vemos no fundo do oceano tem uma conexão estética e hermética com as imagens que nossa tecnologia ou nossa alma em seu vôo onírico podem capturar no cosmos, na profundidade do espaço, olhando o corpo distante do universo em sua radiante desnudez macroscópica.

Ao magnificar a vida submarina podemos ver que estas imagens são parte de uma poderosa fauna psíquica, de uma inspiração vital ao encontrar a beleza e a sedução do estranho: as imagens que adentram nossa íris -e se misturam em um piscina de novas flores e galáxias- se convertem em tesouros platônicos que podemos levar conosco como um visor onírico mergulhando a realidade.

Fonte: Time-lapse do dia.