Muitas pesquisas e reportagens citam a Dinamarca como o país mais feliz do planeta, e não é coincidência. Isto é porque, na Dinamarca, trabalhar te faz feliz. Enquanto em outros países o trabalho é percebido como uma atividade que contribui pouco ou nada a seu desenvolvimento pessoal e, às vezes, parca e porcamente a seu desenvolvimento econômico, os dinamarqueses vêem o trabalho como parte integral de sua vida, como uma atividade que os faz crescer e atingir suas metas. |
Evidente que grande parte do sistema trabalhista do país foi implementado durante a passagem dos anos e só funciona muito bem por causa da educação de educação e cultura diferenciada. Muitas das benesses e condições favoráveis oferecidas na Dinamarca seriam exploradas pelos espertinhos aqui no Brasil, acostumados a corromper e ser corrompidos por favores.
Mas, por que o trabalho faz com que as pessoas se sintam tão felizes na Dinamarca enquanto em outros países faz com que se sintam miseráveis? Aqui temos cinco diferenças fundamentais:
- Um horário razoável de trabalho
Os dinamarqueses não só tendem a abandonar seus espaços de trabalho em horários razoáveis senão que têm entre cinco e seis semanas de férias ao ano, muitos feriados e até um ano de maternidade/paternidade paga em caso de ter filhos.
Enquanto, em muitos países, fazer hora extra é algo celebrado, as companhias dinamarquesas vêem isto como um sinal de que algo está errado. Os dinamarqueses sabem que trabalhar a mais é ruim tanto para a vida dos empregados quanto para seu rendimento trabalhista.
- Mais poder para o empregado
Na maioria dos países, se o seu chefe dá uma ordem você deve cumpri-la ou poderá ser despedido. Já nesse mundo paralelo chamado Dinamarca dão-se muito poucas ordens, e quando são dadas, são encarada mais como sugestões.
O sociólogo holandês Geert Hofstede analisou a cultura dos negócios em mais de 100 países segundo vários parâmetros, um dos quais é a "distância de poder". Uma alta distância de poder quer dizer que a palavra dos chefes é como uma lei divina. Segundo esta escala, um país como os Estados Unidos tem uma distância de poder de 40e o Brasil, 69, enquanto a Dinamarca tem a mais baixa de todo mundo: 18. Em poucas palavras, os empregados dinamarqueses gozam de maior autonomia e sentem-se mais poderosos em seu trabalho. Basta um exemplo: por lei, uma empresa com mais de 35 empregados deve abrir espaços na mesa diretora para empregados eleitos por seus pares.
- Um generoso seguro desemprego
Na Dinamarca, perder o trabalho não é um angustiante problema que representa em outros países. O seguro de desemprego dá aos trabalhadores até 90% de seu salário original durante dois anos. Isto faz com que, se não gosta de seu trabalho, a decisão de renunciar e procurar algo melhor seja bem mais fácil. Diferente de países nos quais as pessoas permanecem nos trabalhos que odeiam por medo de perder sua fonte de rendimentos e sua segurança social, na Dinamarca as empresas devem manter seus empregados felizes se é que não querem perdê-los.
- Treinamento constante
Desde meados de 1800, a Dinamarca focou-se em fornecer uma educação constante de qualidade a seus trabalhadores. Estas políticas seguem sendo aplicadas e qualquer empregado que deseje fazer algum treinamento ou curso pago pode fazê-lo por conta da empresa. Isto faz com que os trabalhadores dinamarqueses atualizem constantemente seus conhecimentos e se mantenham à altura dos desafios impostos em um ambiente trabalhista em constante mudança.
- Foco na felicidade
O dinamarquês compartilha uma palavra com os demais idiomas nórdicos que não existe em outros idiomas: "arbejdsglæde". "Arbejde" quer dizer "trabalho", enquanto "glæde" significa "felicidade”: "felicidade no trabalho". Esta palavra é sinal de uma longa tradição de buscar com que os trabalhadores sejam felizes com o que fazem.
Em contraste, a atitude para o trabalho em muitos outros países é a visão do ódio ao trabalho como um estado natural. Poucos patrões procuram a felicidade dos empregados, porque simplesmente não consideram que o trabalho seja algo que deva gerar felicidade: - "Se alguém está se divertindo, seguramente é porque não está trabalhando o suficiente".
Lógico, isto não quer dizer que todas as companhias dinamarquesas sejam necessariamente paraísos trabalhistas, mas sim que existe um terreno cultural e legal que é fértil para gerar empregados mais comprometidos, produtivos e satisfeitos com seu trabalho. Definitivamente, a Dinamarca é um exemplo que deveríamos levar em conta.
Peraí, vou ali na Dinamarca arrumar um trabalho e já volto não volto nunca mais.
Fonte: Hofstede Centre.
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Comentários
parabéns Dinamarca, podem até ter o maior imposto mais fazem juz a isso
mesmo assim, o desemprego está aumentando por lá. Além de profissionais com formação superior trabalhando em funções menores.
como a cultura faz um povo não é. Imagine, IMAGINE, se aqui vc ficasse recebendo por 02 anos sem trabalhar? Pra q investir em educação né... O PT mostra na TV q a educação é prioridade!com um tal de programa Diretor Principal do MEC. Enquanto isso corta 30 % das verbas das faculdades... Como q deixamos nosso país chegar nesse ponto...mea culpa mea maxima culpa...pobre Brasil, poderia estar nas portas do primeiro mundo... mas acabaram com ele nesta última década.
Se fazer hora extra não é uma coisa boa acredito que lá eles também não exigem dos funcionários a compensação dessas horas, se porventura eles fizerem algumas.
Um sistema bem chatinho esse... se você tem oito horas extras, recebe por quatro e recebe as outras quatro em folga (e se possível duas horas por dia).
Partiu pra um país DE VERDADE ????
:-/