![]() | O Ministro dos Transporte da França, Thierry Mariani, anunciou uma surpreendente medida para fomentar o uso da bicicleta no país: pagar aos cidadãos 21 centavos de euro (70 centavos de real) por cada quilômetro percorrido entre sua casa e o local de trabalho. Ainda que a França não seja o primeiro país da Europa a fomentar o uso da bicicleta, sim será o primeiro que vai pagar por isso. Mas como assumir essa despesa? Compensa? Descubra lendo o artigo. |

Os governos gastam milhares de milhões ao ano tentando melhorar a saúde de seus cidadãos ou em medicamentos para tratar os efeitos da idade ou do sedentarismo. Também gastam verdadeiras fortunas corrigindo a poluição, incentivando o uso de energias renováveis e cuidando da qualidade das ruas e estradas do desgaste produzido pelos veículos.
Não seria ideal que existisse uma solução integral que nos permitisse atalhar todos esses problemas e poupar muito dinheiro público? Pois existe, é a bicicleta.

A sabedoria popular faz tempo que já identificou os múltiplos benefícios do uso da bicicleta. Este meio de transporte nos mantém saudáveis, fisicamente ativos, reduz os congestionamentos de trânsito e o consumo de combustíveis fósseis.

No entanto, os governos pareciam não ter dado a devida atençõ a isso até há pouco. A maioria das cidades não estão adaptadas para que a maior parte de seus habitantes escolham este transporte como opção.
Acontece que após tantos anos de crescimento e urbanização desmedida, a situação nas grandes cidades se tornou insustentável. O trânsito e o smog começam a atingir níveis preocupantes e com a despesa pública pelos nuvens, construindo obras faraônicas, tais como túneis subterrâneos, rodovias de 6 pistas, porto em Cuba... enfim, tudo parece apontar para o ciclismo como uma boa opção.

Em um primeiro momento, os governos optaram pela via mais fácil: transporte público para todos. Gastaram fortunas com um par de campanhas de conscientização do uso do transporte público, inventaram os rodízio de placas, proibição de automóveis no centro nervoso, criaram alguma ou outra linha de serviço a mais, entregaram tudo para o setor privado e ficaram à espera que o problema todo se resolvesse.

Só que não! O ritmo de vida atual não permite que todo mundo se ajuste a um transporte público parco, porco, caro e com horários rígidos e limitados. A individualidade, a vida noturna e a economia de tempo e dinheiro, continuaram impulsionando o uso do automóvel.
Chegamos em um ponto onde continuar investindo em transporte público não é uma opção eficiente e nem inteligente. É necessário realizar grandes obras, alargar ruas, desapropriar imóveis, projetar carros mais eficientes, contratar mais pessoal, mais manutenção... enfim, opções que só vão ao encontro de geração de novos impostos e que encarecem o preço final das passagens e que não solucionam o problema, bem ao contrário.

Adaptar uma cidade para que a bicicleta possa ser usada de forma segura e por uma grande quantidade de cidadãos é bem mais barato, e é a única solução que além de corrigir os problemas de trânsito, nos ajudaria a melhorar nossa saúde e condição física.

É por isso que a França colocou em marcha este ambicioso projeto para impulsionar o ciclismo, recompensando monetariamente àqueles que vão trabalhar de bicicleta. Durante os próximos 6 meses que durará o projeto piloto, os mais de 10.000 empregados de 20 empresas e instituições poderão ser beneficiados com o pagamento de 21 centavos por km percorrido desde sua casa até o lugar de trabalho.

Segundo as contas oficiais, o governo francês gastará 20 milhões de euros para sustentar esta medida, com o objetivo de aumentar significativamente tanto a qualidade de vida quanto a do ar, gerando por sua vez uma poupança aproximada de 5,6 bilhões de euros na saúde.

Um projeto que se confirmar as estimativas, não só terá demonstrado melhorar significativamente a saúde dos franceses senão que será uma das medidas de despesa mais rentáveis da história.
No nosso país as iniciativas públicas de fomentação ao ciclismo, como a construção de ciclovias, por exemplo, são muito tímidas, e nos lugares onde elas existem ainda temos que confrontar com o espírito de porco e a falta de civilidade do brasileiro que acha que ciclovia é estacionamento (ou acostamento).

Na minha cidade nós resolvemos este problema de uma maneira bem simples e exemplar: deixou o carro estacionado em cima da ciclovia sem um motivo emergencial aparente? Pois vai encontrá-lo com os 4 pneus vazios. Funciona que é uma beleza!

Fonte: Tree Hugger.
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Comentários
Bom dia, Gostei desta bicicleta que esta a noiva, moro em Macapa, qual e o valor dela?
Eu vou pra o trabalho de bike, aqui e, pelo cenário que eu tenho pelo caminho, já estou ganhando muito !!!!
Sem comparação....
Eu sempre gostei muito de bicicleta, e minhas pernas dão conta de pedalar legal.
O problema é que minha deficiência está na coluna e cada irregularidade do piso é sentida com a intensidade de um golpe nessa região. Mas eu voltaria a ter uma bicicleta por lazer. Para trabalhar seria meio complicado.
Adoro andar de bicicleta, nem precisaria me pagar para isso, bastava apenas ter local seguro para pedalar.
Roooaaarrr... Não precisa pagar para eu não usar mais carro... Bastaria ter transporte decente, com horário correto.
22 km de bicicleta?
Tô fora.
Se tiver um motorzinho...uma cobertura pra chuva...um abrigo pro frio com ar condicionado...
Ah, no meu caso não dá, infelizmente.
Se me derem a bicicleta que eu quero e que custa em torno de 53 mil Reais, mais a garantia de segurança e se a segurança falhar e ela for roubada que me darão outra igual. Pedalo pela metade do preço para qualquer lugar. Sem problema!
Sempre quis por em prática essa opção.
Mas se for de casa pra empresa de bicicleta há o risco de uma parada forçada no necrotério ou de chegar a empresa a pé e sem carteira.