![]() | A cada 7 horas, um rinoceronte morre na África do Sul nas mãos de caçadores furtivos. Este assustador número é a conseqüência das atividades de um mercado negro que comercializa produtos exóticos de origem animal para cobrir um nicho de clientes de luxo cujos interesses podem chegar a mover mais dinheiro do que o tráfico de cocaína. Só em 2014, assassinaram 1.215 rinocerontes neste país com o único objetivo de vender seus chifres. Colecionismo, superstições e excentricidade são os motivos que levam uns poucos a pagar valores astronômicas para conseguir um bem tão escasso de uma forma tão cruel. |

A situação tornou-se insustentável, pois não só apenas os rinocerontes que estão à beira da extinção, senão que a caça furtiva afeta outras espécies selvagens que habitam as reservas africanas.

Neste lamentável contexto, as comunidades que vivem junto ao Parque Nacional Kruger decidiram enfrentar os caçadores para acabar de uma vez por todas com a aniquilação dos animais que habitam a região, e para isso criaram um grupo muito especial: as Black Mambas.

Emprestando seu nome da serpente mais venenosa da África, as Black Mambas são uma patrulha de mulheres que visa proteger os rinocerontes e outras espécies animais vítimas da caça furtiva.

Procedentes de setores limítrofes do Parque Kruguer e Parque Grande Lipopo, que une África do Sul com Moçambique e Zimbábue, estas mulheres se converteram em autênticas heroínas para suas comunidades graças ao seu impagável trabalho.

Trata-se de um grupo não armado formado por 26 garotas com estudo secundário que se encontravam desempregadas quando colocaram em marcha o programa de luta contra a caça predatória, um projeto proposto e desenvolvido pelo ecologista Craig Spencer cujo trabalho na reserva esteve sempre ligado à colaboração com os habitantes desta empobrecida zona do país.

Spencer propôs-se ajudar a diminuir a enorme brecha econômica que separa às comunidades mais pobres e às mais ricas, um abismo cuja origem se encontra -segundo sua opinião- no negócio da caça furtiva. O problema reside não apenas no perigo ecológico e na evidente crueldade que implica este mercado, senão também a que enfrenta os habitantes do parque.

Muitas das prisões realizadas são de indivíduos que moram em áreas pobres e que pode obter grandes somas de dinheiro com a venda de chifres de rinocerontes e de outros produtos de origem similar.

Renunciando à violência e ao combate armado, Spencer propôs a criação de grupos de vigilância com a intenção de criar um tipo de presença policial na área que dissuadisse os caçadores.

As Mambas foram treinadas em práticas de rastreamento e de combate, mas não utilizam armas, usam uniformes de camuflagem e seu trabalho cinge à vigilância e à eliminação de armadilhas. Os números falam a seu favor, nos últimos meses as mortes de rinocerontes por esta causa reduziram em 90% na região que elas patrulham.

- "Muitas pessoas me dizem como posso trabalhar no mato se sou uma senhorita? Mas posso fazer o que eu queira. Sou uma mulher e vou ter um filho e quero que ele veja um rinoceronte, por isso os protejo. [...] Não é uma questão de dinheiro, é nossa cultura, nosso futuro. Se continuasse do jeito que estava logo não teríamos mais estes belos animais".

Estas palavras de uma das patrulheiras refletem perfeitamente a essência deste grupo que já é visto pelas comunidades próximas como uma patrulha de heroínas à que muitas garotas querem fazer parte.

Um trabalho importante em uma região com grandes desigualdades sociais, onde este tipo de projetos fomentam o empoderamento das mulheres e dos desfavorecidos outorgando-lhes a oportunidade de realizar um trabalho valoroso e impagável pelo bem de sua cultura e do futuro de suas comunidades.

Fonte: Huff Post.
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Comentários
Belo trabalho!
Em algum lugar, sempre tem alguém que faz a diferença...
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