A ideia de famílias, amigos ou simplesmente pessoas desconhecidas sentadas nas mesmas mesas sem conviver entre eles, absortos em as telas de seus dispositivos móveis, é uma desoladora imagem cada vez mais recorrente. O fotógrafo Eric Pickersgill inspirou-se em uma situação similar para realizar a série de fotografias intitulada "Removed", onde dedicou-se a apagar os smartphones e outros dispositivos digitais de seus retratos da vida cotidiana. |
Ele conta que a série surgiu quando estava em um restaurante onde havia uma família sentada ao seu lado, e descreve como o pai e suas duas filhas olhavam seus telefones e não se falavam entre si. A mãe também tinha um celular, no entanto, decidiu guardá-lo e ficar olhando fixamente pela janela, "triste e sozinha em companhia de sua família", descreve Eric. O pai de vez em quando levantava a cabeça para anunciar algum dos "achados" da informação que encontrava on-line, ainda que ninguém lhe respondia.
- "Me entristece o uso da tecnologia que acaba com interação pessoal. Isto nunca aconteceu antes e duvido que tenhamos arranhado a superfície do impacto social desta nova experiência. O vício das pessoas a seus dispositivos vem acontecendo de forma rápida e inalterável. A aplicação do dispositivo pessoal na vida diária fez com que algumas tarefas tomem menos tempo. Ao longe, os lugares e as pessoas sentem-se mais perto do que nunca".
No entanto, de perto, as pessoas sentem-se longe. Eis o paradoxo da hiper-comunicação. Apesar dos evidentes benefícios com que estes avanços na tecnologia contribuíram à sociedade, os envolvimentos sociais e físicos estão diminuindo lentamente. De forma similar a como a fotografia transforma a experiência vivida em experiência que pode ser registrada e memorizada, os dispositivos pessoais estão mudando o comportamento ao mesmo tempo que se integram na paisagem como se fossem parte de nosso corpo.
Estes dispositivos se converteram velozmente em próteses, novas extensões de nosso corpo. Que aconteceria se fossemos amputados deles? Que aconteceria com esse novo membro fantasma?
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Comentários
Ohhhh uh ôôôô.......
Gente estúpida !!!!
:-D
duas grandes diferenças entre os aparelhos e as mídias tradicionais, uma é q nós temos mais controle do conteúdo q visualizamos. a segunda, é a superficialidade, a maioria nem lembra da ultima coisa q viu. Vira uma atividade efêmera, q não rende nada na maioria das vezes. Também existe a facilidade dos aparelhos, q por estarem sempre a mão podem ser utilizados a toda hora. O q me irrita muito é qdo uma pessoa da prioridade ao celular por exemplo. é mais importante responder um comentário do q conversar com a pessoa q esta ao lado
Uma visão conservadora.
O princípio de toda esta falta de convívio generalizado começa com a alfabetização generalizada dos povos há 1 ou 2 séculos. A leitura de um livro ou jornal impede a interação com os outros, próximos ou desconhecidos, da mesma forma que um smartphone.
Para o próprio, a diferença é que um smartphone é bem mais interativo que um livro ou jornal. Uma enorme vantagem.
Discordo um pouco quando ele diz que é a primeira vez que a tecnologia acaba com a interação pessoal. Antes dos "smartphones" dominarem a atenção das pessoas, a televisão já fazia este serviço. Logicamente que as proporções são bem diferentes. Mas me lembro que varias famílias tinham uma TV em cada dormitório e cada membro ficava em seu canto vendo a sua programação favorita.
Com o avanço da tecnologia, temos hoje um outro aparelho que não fica em casa e sim, podemos leva-los onde quisermos tornando esta falta de interação muito maior e mais obvia.