Em fevereiro de 2015 falávamos sobre o mesmo assunto no artigo "Muito provavelmente a causa do vício não seja bem o que você pensa". Infelizmente, as estatísticas deste post indicam que apenas 25% dos leitores leram até o seu final, quando a maioria desisitiu da leitura no oitavo parágrafo, por causa daquilo que os preguiçosos chamam de "textão". Será que ninguém hoje em dia sabe fazer leitura dinâmica? Agora temos um vídeo legendado que aborda o mesmo assunto e o entrega mastigadinho |
Acontece que durante anos, o vício vem sendo relacionado com o uso constante das drogas, uma teoria que foi estabelecida nos anos 80 por uma campanha de conscientização na TV que mostrava um rato numa gaiola com dos bebedouros: um só com água e o outro misturado com heroína. O rato ficava obcecado com a água drogada e tomava até a morte. Quase todas as vezes que alguém faz este experimento, o resultado continua sendo o mesmo.
A propaganda terminava dizendo que "A droga pode ser tão viciante que 9 em cada 10 ratos vão consumi-la, cada vez mais, até a morte. Seu nome é cocaína e pode fazer o mesmo com você".
Não obstante, já nos anos setenta, um professor de Psicologia da Universidade de Vancouver, chamado Bruce Alexander, já havia descoberto algo dissonante neste experimento. Sua abordagem, agora defendida por muitos cientistas, se baseava no fato de que muitas pessoas se tornam viciadas por causa de uma experiência negativa de vida, por causa da solidão, de dissabores amorosos, etc.
Kurzgesagt explica que, em vez de trancarmos as pessoas em jaulas para que continuem usando drogas, deveríamos ajudá-las na sua reinserção na sociedade como cidadão, como gente de respeito. E o interessante é que o foco desta interpretação não tem nada relacionado com o vitimismo, com o coitadismo senão que com o fato de que quem tem alegria de viver, quem tem alguém para amar e ser amado, quem pode voltar para a casa no final da tarde não precisa de drogas, nem para recreação.
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Comentários
Ainda, o vídeo foi retirado do famoso canal Kurzgesagt exatamente por ser baseado apenas em um único estudo: o do livro comentado pelo dono do site. Com o tempo, verificou-se que nem tudo ali é tão simples como pretende demonstrar o vídeo. É louvável trazer uma nova forma de abordagem ao vício e seus mecanismos mas é apenas mais um ponto de vista e não é uma verdade total, por isso o vídeo não está mais no canal, apenas re-uploads .
Pra quem evita o Facebook e não tem conta há mais de 5 anos, segue o link: https://www.youtube.com/wat...
Sim, é o caminho. Mas, os tipos de relacionamentos, fora da gaiola de ratos, são fundamentais. Grupos se formam em torno de hábitos. Festinhas e encontros sem álcool são impensáveis na maioria dos casos. Com as drogas o "puxão" para baixo é muito pior . Então, é fundamental romper radicalmente com "amizades" centradas nestes hábitos. As drogas em geral afetam o lóbulo frontal do cérebro, região relacionada com a vontade e com o discernimento. Assim, para se livrar do vício é necessário apoio para romper com hábitos tão nocivos, relacionamentos selecionados e propósitos de vida. Não necessariamente nessa ordem, pois, no quesito propósito de vida, há relatos inexplicáveis de mudança abrupta, que transcendem o que pode ser estudado , catalogado e generalizado, mas que , certamente, devem ser considerados. A sociedade como todo adoece com os "ideais" tipo :coma, beba, se divirta , consuma, realize -ou melhor dizendo- fique escravo dos seus desejos. Não há nada de errado com a alegria e a busca pela felicidade, mas, como um escravo pode ser feliz?
Sobre necessidade de apoio médico:Roda Viva recebe o psiquiatra Valentim Gentil Filho (toda a entrevista é fantástica , mas saliento extrato dos 30 min aos 35 min= 5min)
https://www.youtube.com/wat...