Estamos programados para nos conformarmos socialmente

Nós já falamos um par de vezes sobre os experimentos realizados nos anos 60 pelo reconhecido psicólogo social Solomon Asch, que se reuniu a equipe de um programa de pegadinhas para demonstrar como as pessoas se conformam à norma. A facilidade com que uma pessoa modifica sua conduta para se ajustar com um grupo faz a gente pensar que se trata de um truque ou uma pegadinha, mas não é.

Isto só acontece porque, para nós, observar como a individualidade dilui facilmente dentro de um grupo, resulta cômico e uma situação francamente ridícula quando não fazemos parte dela.

O poder da pressão social para transformar nossa conduta foi pesquisado por Solomon em uma série de experimentos que resultaram em um paradigma conhecido como "conformidade Asch", que concluía que facilmente vemos a realidade como os demais, ainda que sua visão seja completamente errônea. O seguinte vídeo, dica do amigo Zé Roberto Isabella, não faz parte dos experimentos de Asch, mas responde ao mesmo princípio da conformidade social.

Não é necessário ser muito perspicaz para descobrir os envolvimentos e extrapolações que isto tem sobre nossa experiência cotidiana psicossocial. A realidade que experimentamos é, em suma, muito mais o resultado de uma soma coletiva (de percepções e crenças) que de uma análise objetiva do mundo fenomenológico. Muito provavelmente façamos coisas por conformidade e não por vontade própria.

O famoso experimento do elevador (logo abaixo) repete-se em pequenas doses constantemente em nossa vida cotidiana e ao longo do tempo cria uma imagem que substitui o mundo. Vemos com os olhos do grupo em que vivemos e movemos-nos para onde todos se movem.

Somos essencialmente sociais e é parte de nosso desejo pertencer a matilha. Querendo ou não a evolução nos mostrou que para sobreviver precisamos uns dos outros e dependemos deste entrelaçamento como espécie. Mas qual seria o resultado se você fosse o único a manter o olhar para a frente quando todos dessem as costas?