Quando se inscreveu para uma extenuante maratona de sete dias através do deserto de Gobi, o corredor Dion Leonard pensou que a única coisa que iria acabar levando para casa seria uma medalha. Mas ele conseguiu muito mais: uma amiga peluda que correu ao lado dele por 125 quilômetros da corrida de 250. Leonard lembra ter visto Gobi, a cadelinha vira-lata, perambulando pelo acampamento dos corredores no primeiro dia. Quando a corrida começou, a pequena, que tem apenas 18 meses de idade, decidiu se juntar a eles e conseguiu manter o ritmo, apesar do terreno áspero. No segundo dia, Gobi começou a correr com Dion e os dois se tornaram inseparáveis. |
- "Uma vez que começou a corrida Gobi parece ter gostado da cor amarela brilhante das minhas polainas e começou a correr ao meu lado", disse o atleta britânico de 41 anos. - "Quando ela chegou ao acampamento, me seguiu direto até minha tenda. Uma ligação tinha começado."
No espaço de uma semana, Gobi correu ao lado de Leonard quatro das seis etapas da maratona do deserto.
- "Ela corria na minha frente e me esperava 20 ou 30 metros na estrada e então eu tinha que alcançá-la", disse o corredor. - "Ela é tão pequenina, mas tem um coração e uma resistência enorme." Em determinados pontos ele teve que levá-la no colo para atravessar rios, e mesmo que isso significasse perder segundos preciosos que poderiam custar-lhe a corrida, ele percebeu que só tinha que levá-la com ele.
Ninguém sabe como Gobi chegou ali, já que a aldeia mais próxima da linha de início da corrida fica há uns sete quilômetros. A verdade é que ela se tornou o destaque da maratona:
- "Ela era mais famosa do que qualquer um na corrida. Ela estava em blogs e e-mails de todos e todo mundo queria tirar uma selfie com a estrela da corrida", afirma Dion. - "Gobi realmente se tornou a mascote da disputa, ela encarnou o mesmo espírito de luta que os concorrentes."
Gobi não pôde participar da quarta e quinta etapas da maratona através do deserto de Gobi, porque as temperaturas chegaram a 52 graus Celsius. Ela teve que acompanhar no carro de apoio, mas voltou a correr ao lado de seu novo melhor amigo na fase final, e estava com ele quando cruzou a linha de chegada em segundo lugar entre 101 corredores. Leonard ganhou a medalha de prata e ela também recebeu a sua própria medalha, mas a felicidade foi sombreada pela notícia de que Dion não poderia levar Gobi para casa na Escócia.
Adotar Gobi acabou por ser um processo longo e caro, mas Dion Leonard não estava disposto a desistir da companheira de quatro patas que correu com ele os 125 km. Após seu retorno para a Escócia, o ultra-maratonista criou rapidamente uma página de crowdfunding intitulada "Traga Gobi para Casa". Seu objetivo era 5 mil libras (21 mil reais), necessários para os cuidados médicos, quarentena e transporte, que ele alcançou em apenas 24 horas, graças a quase 300 apoiadores que doaram mais de 8.600. No momento da redação deste artigo, a campanha levantou mais de 10.980 libras.
Gobi será levada de Urumqi -onde está sendo cuidada pelo organizador da Corrida 4 Desertos- para Pequim, onde terá que ser colocada em quarentena por várias semanas antes que esteja autorizada a viajar. Uma vez no Reino Unido, ela passará por quarentena novamente e por exames médicos, antes de finalmente encontrar sua nova família. Dion disse que todo o processo deve levar cerca de seis meses, mas tudo o que interessa é que ele vai se reunir com sua mais nova amiga leal.
Fonte: BBC.
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Comentários
Sempre me surpreendo com histórias lindas como essa ...
Cães são tudo de bom. Pena que não foram eles a evoluir para controlar o planeta.