O templo de Uluwatu, em Bali, recebe milhares de turistas, mas visitá-lo tem seus riscos. Há um bando de malfeitores que espreita os turistas para roubar todo tipo de objetos e pedir resgate por eles. Os criminosos são macacos-caranguejeiros (Macaca fascicularis), e seu comportamento está fascinando os cientistas. A presença da quadrilha de macacos assaltantes é algo já tão habitual que até o advertem nos guias de viagens. |
Os pequenos delinquentes espreitam os turistas e levam o que podem: óculos de sol, chapéus, chinelos, câmeras ou celulares. Quando conseguem assaltar um turista permanecem próximos com atitude desafiante, e só cedem o objeto em troca de algo realmente gostoso.
Para mais afronta, os macacos não aceitam qualquer coisa como resgate, e jogam fora com desdém os objetos que não lhes interessam até que chegam a uma transação satisfatória. Banana é coisa de macaco pobre e não soltam seu refém até receberem, por exemplo, uma barra de chocolate ao leite.
A capacidade dos macacos para entender um conceito tão sutil como a extorsão resulta muito surpreendente. O primatologista Frans de Waal já descobriu que os macacos capuchinhos têm um forte sentido do que é equitativo e o que não o é, e se irritam quando tentam enganá-los com objetos de pouco valor (vídeo abaixo), mas uma coisa é uma experiência feita em um ambiente controlado e outra muito diferente é que um grupo de macacos selvagens descubram por si mesmos o roubo e a extorsão como forma de subsistência.
Para pesquisar a questão, um grupo de pesquisadores passou meses estudando os macacos de Uluwatu, gravando seu comportamento, registrando mais de 200 roubos e identificando os sujeitos que recorrem a delinquência.
Os resultados do estudo são surpreendentes. Os macacos não só ensinam seus filhotes a roubar, senão que melhoram sua técnica com a passagem do tempo. O latrocínio converteu-se em algo habitual que já engloba várias gerações destes animais. Outro detalhe interessante é que o comportamento é mais habitual em machos. O paradoxo é que há muitas outras populações de macacos da mesma espécie em Bali que vivem em zonas muito frequentadas por turistas e nenhuma desenvolveu este tipo de conduta.
As pesquisas continuam e poderiam servir para conhecer com mais precisão o comportamento social deste e outros grupos de símios. Enquanto, os cientistas constatam que os macacos estenderam sua atividade criminosa aos próprios membros da expedição, dos quais roubaram canetas, documentos, bonés e celulares.
Fonte: SciAl.
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