Uma das muitas coisas que muito me irritam na Internet, são os sites que vendem dietas milagrosas e remédios baseados em curas pela natureza. Tudo bem! Alguns remédios do tempo da vovó podem realmente sanar algumas patologias simples, mas daí a dizer que chá de losna cura câncer e que vacinas causam autismo é de uma vigarice sem comparações. A ciência estudou milhares de anos para chegar em uma fórmula complexa para agora surgir um tremendo charlatão propondo a panaceia da vez que estampam os murais do FB até provocar engulhos. |
Não é um assunto muito popular e os leitores, em geral, não curtem muito. Me desculpem, mas nós precisamos fazer estes tipos de alerta, de vez em quando. A medicina contra o câncer avançou muito nos últimos anos, mas o índice de cura ainda não é de 100%, e não faltam os que, às vezes, por desespero, recorrem a remédios naturais, passes mágicos e terapias alternativas. Isso é compreensível sob a perspectiva de quem está sofrendo do mal, mas é uma verdadeira sacanagem de quem se aproveita da desgraça dos outros.
Foi nesse sentido que um novo estudo quantificou até que ponto esta prática é um tremendo erro. Uma equipe de pesquisadores da faculdade de medicina na Universidade de Yale, nos Estados Unidos, limitou-se a analisar os casos de câncer registrados no banco de dados nacional contra o câncer. A equipe contrastou o índice de mortalidade em pacientes que recorrem à medicina convencional contra a doença (radioterapia, quimioterapia e cirurgia) em frente aos que eliminam essas técnicas e optam por terapias alternativas.
O estudo não especifica que classe de terapias alternativas, mas em realidade deve ser um misto de dietas especiais, a inócua homeopatia, cristais energizados ou imposição das mãos. O resultado é sempre o mesmo: os pacientes que eliminam a medicina cientificamente comprovada têm mais do dobro de possibilidades de morrer nos cinco primeiros anos depois do diagnóstico, se este não for tardio.
As probabilidades variam em função do tipo de câncer, e em alguns casos a diferença é inclusive mais dramática. As pessoas com câncer de mama, por exemplo, têm até 5,68 vezes mais mortalidade se optarem só por terapias alternativas. 41% dos doentes de câncer de pulmão que se deixam tratar por terapias convencionais sobrevivem os cinco primeiros anos, em frente a apenas 20% dos que optam por terapias naturais.
No caso do câncer de cólon, só 33% das pessoas que se submetem em exclusiva a terapias naturais e alternativas sobrevive. O índice de sobrevivência no caso de um tratamento mais convencional é de 79%.
De fato, e ainda que esse dado não figure no banco de dados, os médicos suspeitam que se ainda existe um índice de sobrevivência das pessoas que optam por tratamentos naturais é apenas porque quando essas terapias não funcionam, recorrem à medicina convencional.
Contra o que caberia pensar, algumas pessoas que recorrem a tratamentos naturais e alternativos não o fazem porque não podem pagar a medicina convencional. Muitos são pacientes da classe alta e com bom poder aquisitivo. Nos Estados Unidos, as terapias alternativas não comprovadas não recebem nenhum tipo de ajuda por parte da administração ou dos planos de saúde. Os que recorrem a elas, fazem porque podem se permitir pagar em sua totalidade nas quase sempre terminam em um caixão.
Fonte: NewSci.
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Comentários
Mas não se falou do indice de cura quando não se abandona o tratamento convencional. E tambem não teve o outro controle:
abandonar o tratamento X abandonar o tratamento recorrendo às terapias alternativas. So com isso é possivel falar que não tem nenhum efeito.