Sabe aquela piada dos dois pedreiros que são contratados para trabalhar na Europa, mas o avião cai no deserto e então um vira pra o outro e fala: - "Zé quando chegar o cimento nóis tá fudido!"? Pois ela pode perder a graça, pois um novo estudo publicado na revista Science alerta sobre um problema relacionado precisamente com a areia e é tão real quanto difícil de crer: estamos ficando sem areia. |
Um momento, como é possível que estejamos ficando sem areia? A resposta, uma vez mais, está na avareza do ser humano. Um estudo realizado pelas Nações Unidas em 2014 estima que o ser humano extrai a bagatela de 40 bilhões de toneladas de seixo e areia ao ano. A areia é um material muito comum não só na construção, senão na fabricação de materiais de vidro e cristal ou na eletrônica.
O problema é que a areia é considerada tão abundante que ninguém decidiu colocar um limite à sua extração, e estamos décadas expoliando este recurso sem nenhuma medida. Ao princípio era explorada ao ar livre ou deltas e estuários de rios, mas já é extraída também de muitas zonas costeiras.
Não é a primeira vez que a comunidade científica alerta sobre isso. Em 2007 já publicaram relatórios que tratavam de alertar sobre o problema, mas ninguém deu muita atenção. No ano passado foi publicado um estudo que assegura que entre 68 e 85% do total de minerais extraídos no mundo são areia. Em regiões como o Delta do Mekong há autênticas máfias que lucram 17 milhões de dólares anuais extraindo e vendendo areia. Soa absurdo, mas existe.
E o que acontece se ficarmos sem areia? A resposta é que depende, mas a areia é um recurso geológico que faz parte do ecossistema. Seu desaparecimento não só pode acarretar risco da extinção de um número de espécies impossível de calcular nesse momento.
Também afeta o ser humano. O desaparecimento das jazidas de areia de algumas regiões estão danificando o fornecimento de água potável. Em regiões costeiras da Índia, a perda de areais deixa o terreno vulnerável à erosão e piora os efeitos de qualquer tsunami que golpeie a costa.
O pesquisadores que publicaram o último relatório a respeito alertam que no ritmo que a areai está sendo extraída é duas vezes maior superior que o ritmo de depósito natural de novo sedimento. Por enquanto há poucos dados a respeito, mas os cientistas sugerem que os governos comecem a regular a extração de areia, seu aproveitamento e, eventualmente, sua reciclagem.
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