A última vez que Ian Manuel se encontrou cara a cara com Debbie Baigrie, deu um tiro em sua boca destroçando parte de sua mandíbula, em um roubo frustrado. Mais de 26 anos depois, Manuel saiu da prisão e se encontraram em um estacionamento da Flórida. O encontro aconteceu faz um ano, mas se tornou tendência nas redes sociais depois que um novo vídeo da história foi publicado na série Upstanders, patrocinada e produzida pela Starbucks, que versa sobre exemplos extraordinários de pessoas comuns. |
Em 1990, Manuel tinha 13 anos e vivia em Tampa, um dos bairros mais pobres e violentos do Estado. Uma noite de julho, estava com um grupo de adolescentes maiores quando se aproximaram de Debbie. Manuel sacou um revólver e começou a disparar.
Debbie teve que se submeter durante dez anos a cirurgias para poder reconstruir sua mandíbula. Manuel foi preso dias depois em um caso não relacionado, mas enquanto estava sob custodia, confessou ser o autor dos disparos a Debbie. Ainda que mal era um adolescente, um juiz assinalou suas anteriores detenções para lhe condenar a prisão perpétua.
Durante seu segundo natal na prisão, Ian reuniu toda sua coragem e ligou para a mulher:
- "Sou Ian, só estou ligando para dizer que sinto muito ter atirado e desejo a você e a sua família um feliz Natal".
Algo incomum e raro, especialmente em alguém tão jovem. Ademais, Ian não deixou de escrever cartas para a mulher ainda quando foi transladado a outra prisão. Nelas contava suas experiências na prisão e se mostrava realmente arrependido, motivo pelo qual ela decidiu responder.
Devido às leis que impedem que as vítimas visitem os presos, nunca se encontraram, mas através de sua correspondência, Debbie aprendeu mais sobre o caso de Manuel e começou a assistir às audiências do tribunal. Muitos dos amigos e parentes da Debbie não entendiam sua empatia.
- "As pessoas me diziam: 'você está louca? Isso deve ser síndrome de Estocolmo', mas se eu não o ajudasse e o apoiasse seria mais uma vida perdida", explicou a mulher.
Acontece que em 2010, a corte Suprema americana derrogou sentenças de prisão perpétua para menores, e Debbie começou a advogar pela libertação de Manuel, argumentando que ele já tinha passado tempo suficiente na prisão. Manuel foi solto com 39 anos e conheceu Debbie.
- "Não sentia que estava abraçando uma estranha. Debbie não é só um anjo da guarda, é como uma segunda mãe", disse Manuel, cuja mãe real, junto com outros familiares imediatos, morreu enquanto estava na prisão.
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