Suécia começa a queimar roupa da H&M como alternativa ao carvão

Na semana passada atracou o último barco carregado de carvão no porto de Västerås, a noroeste de Estocolmo. A central geradora de calor e eletricidade da cidade sueca planeja abandonar os combustíveis fósseis em 2020, e como alternativa começado a queimar roupa eliminada pelos depósitos da H&M. Não, não é a falida Hermes Macedo paranaense, senão a multinacional sueca de moda presente em 41 países com mais de 3000 lojas Hennes & Mauritz.

- "Para nós é um material combustível", explica o chefe de fornecimentos da Malarenergi, a empresa que possui e opera a planta de 54 anos de antiguidade. - "Nosso objetivo é usar unicamente combustíveis renováveis e reciclados."

A Malarenergi, que já queimava 400.000 toneladas de lixo graças a um acordo com a cidade vizinha de Eskilstuna, meteu na sua caldeira aproximadamente 15 toneladas de roupa fornecidas pela Hennes & Mauritz.

Eram roupas com mofo ou que não cumprem com a restrição de produtos químicos da companhia sueca, e que portanto nunca teriam chegado às prateleiras. Estavam no depósito central da multinacional, que se encontra em a mesma localidade, a 100 quilômetros de Estocolmo.

A Suécia conta com um sistema de energia praticamente livre de emissões graças a sua rede de plantas hidrelétricas, nucleares e eólicas, mas alguns municípios como Västerås seguem usando carvão e petróleo como fontes de energia das geradoras de calor e eletricidade, especialmente para esquentar as casas e escritórios locais durante o inverno.

A planta de Västerås fornece energia para 150.000 lares. Em 1996 chegou a queimar 650.000 toneladas de carvão. Agora inclusive importa dejetos da Grã-Bretanha para alimentar sua caldeira principal.

Fonte: Bloomberg.