Faz algumas semanas mostramos as imagens de ladrões de carros sendo "justiçados" por vigilantes no México e explicamos o porquê este expediente pode ser terrível na possibilidade de sancionar inocentes e também devido a contramedidas dos próprios criminosos. Na semana passada, um blogueiro foi assassinado, em represália, pelo narcotráfico, pese que seja cada vez mais comum que as pessoas tomem a justiça em suas próprias mãos, diante da ineficiência das autoridades, mas isso as transforma em tudo aquilo que elas mais abominam: criminosos. |
A expressão do enfarte da cidadania com a espera da justiça, por parte das autoridades, que não chega e que gera esta sensação de impunidade total, não acontece só no Brasil, México ou Venezuela, parece ser um fenômeno atual de toda a América Latina e seus líderes confusos. Vejam o que aconteceu recentemente em San Bernardo na Colômbia, quando envolveram com filme plástico um homem que acabara de roubar uma mulher. O vídeo não mostra, mas o cara levou uma tundra depois que jamais vai esquecer e é aí que mora o perigo: quem bate esquece, quem apanha, não.
Eles chamam isso de "prisão cidadã"; um procedimento realmente existe e no Brasil é chamada de "voz de prisão por cidadão comum" -se considerar-se apto- para uma outra pessoa que esteja cometendo um crime em flagrante, mas tal procedimento não oportuniza nenhuma sessão de pancadaria.
As agressões e castigos, infligidos a indivíduos associados com delitos e realizados geralmente por participantes anônimos, pode ter o gosto doce da vingança (ou do dever cumprido), ademais como uma função punitiva, mas isso vai contra todas as leis que nos trouxeram até aqui como sociedade justa (ainda que não seja).
Nenhuma pessoa pode exercer justiça por si própria, nem usar a violência para reclamar seu direito. Qual o próximo passo? Apedrejar infiéis na rua? Dar chibatadas em homoafetivos? Todos temos, no entanto, o direito de sermos amparados pela justiça e ainda que todos tenhamos perdido o respeito e a confiança nas instituições, como cidadãos temos o dever de questionar a podre resposta por parte das autoridades no quesito segurança. Situações como do próximo vídeo levarão o maldito criminoso a questionar seus direitos quando seja preso, acaba sendo liberado por um TC e vai procurar seus algozes.
Alimentados pela corrupção, injustiça, impunidade e ilegalidade são a consequência direta da incapacidade do Estado para cumprir com suas funções e deixar os cidadãos expostos à delinquência. Hoje sabemos que sairemos para o trabalho, mas não temos certeza se iremos voltar ou sabe-se lá em quais condições. É complicado!
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Comentários
Se o Estado não cumpre com o seu papel de zelar pela segurança e justiça do seu povo, não vejo outra saída a não ser o próprio povo zelar por si mesmo.
É muito bonito alegar que isso é barbarismo e que isso não deve existir numa sociedade civilizada, mas é preciso também um pouco de empatia com as vítimas recorrentes dessa violência proporcionada pelo próprio Estado.