Com frequência, em todas as línguas, assistimos à origem de nomes comuns que procedem de nomes próprios. Assim é muito habitual você comer "sucrilhos" com "danoninho" no café da manhã e "miojo" no almoço, cujos talheres serão lavados depois com "bombril". No caso de um ferimento todo mundo usa "band-aid" e para dor de cabeça uma "aspirina" resolve. Isso sem contar a gilete que foi substituída pelo prestobarba. Por conseguinte, podemos rastrear um pouco mais atrás e assistiremos a este mesmo fenômeno em épocas mais arcaicas. |
Museu
Museu de Arte Contemporânea de Niterói. Via: Wikimedia Commons
Pois bem, quando visitamos uma cidade, costumamos ir ver alguns museus; e esta palavra tão comum, "museu", resulta que em sua origem era um nome próprio. Na mitologia grega, nove eram as Musas encarregadas das Artes. Eram filhas de Zeus e Mnemósine. Seus altares recebiam o nome de Mouseion, em grego, de onde surgiu nossa palavra museu, através do latina museum, que sobrevive hoje em dia no inglês, por exemplo.
Maçã
Macieira florida. Via: Wikimedia Commons
A maçã é outro exemplo que em latim se dizia malus, mas Gaio Macio, um botânico romano do século I a.C., cultivava uma variedade especial de maçãs, que, naturalmente, era conhecida como "malus do Macio" (malus matianum).
Então, ao passar ao português, poderíamos dizer que o sobrenome fez mais sucesso que o nome, porque ninguém hoje em dia chama maçã de malã, malum ou malus. A variedade específica terminou designando o fruto genérico. Seja por elipse ou por metonímia, ou para evitar uma palavra que também significava "mal", a verdade é que o adjetivo (em sua forma matiana), triunfou sobre malus. Em primeiro lugar era maçana,depois mançana e por fim maçã.
Mausoléu
Mausoléu de Halicarnasso. Via: Wikimedia Commons
Todos estamos destinados à morte, certo. Mas nem todos seremos enterrados em um mausoléu. Sob este termo, designamos hoje em dia um enterro suntuário e devemos o nome ao rei de Halicarnasso, Mausolo, (reinou no século IV a.C.) que quando chegou sua hora foi depositado em um monumento de singular beleza, pois queria que todos que por ali passassem lhe recordassem. Por verdade, foi uma das sete maravilhas do Mundo Antigo.
Farol
Farol de Alexandria. Via: Wikimedia Commons
Outro exemplo, também maravilha da antiguidade. Corria o século III a.C. e na escuridão da noite, uma luz guiava os barcos para o porto de Alexandria pois Ptolomeu II mandou construir uma torre onde um fogo servisse de referência à navegação. E essa torre foi construída em uma ilha, na ilha de Faros. E assim, pelo nome próprio da ilha onde foi construída essa torre, se designou todas as posteriores que cumpriram e cumprem ainda tão louvável missão: os faróis.
Mecenas
Via: Wikimedia Commons
Também temos depoimentos em época romana. Quando Augusto se alçou ao poder foi rodeado de uma série de pessoas que ajudavam em seus trabalhos reformistas da sociedade, sendo seu amigo Caio Cilnio Mecenas o que desenvolveria seu trabalho na manutenção das artes, e sobretudo, dos poetas, pois foi o benfeitor de Virgilio e Horacio, quem lhe presenteou com até uma vila, entre outros destacados poetas, dando lugar ao chamado Círculo de Mecenas, e a designar, atualmente, uma pessoa que colabora de maneira altruísta com a cultura.
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