Desde que Edmund Hillary e Tenzing Norgay conquistaram o cume da montanha mais alta do mundo em 1953, 220 pessoas morreram na tentativa. A verdade é que houve uma época que escalar o Everest era uma façanha realizada por poucos humanos da face da Terra, mas na atualidade, mais de 700 pessoas se acotovelam a cada semana do mês de maio (melhor época para a escalada), para que uma equipe de Xerpas lhes leve em caravanas até o cume. |
O caso é que toda esta gente que morre pelo caminho, acaba ficando nele. Devido as condições adversas quase ninguém se arrisca a trazer um amigo morto nas costas. 150 corpos permanecem na trilha e em alguns casos os alpinistas devem cruzar por cima do corpo de um cadáver que repousa congelado em perfeito estado de conservação devido ao permafrost.
Infográfico das mortes no Everest. Via:Magnus Mundi
O número de tentativas de conquistar o pico multiplicou das 100 ascensões diárias, na década de 90 às 500 em média que acontecem desde 2005. Ademais, a maioria acontece quando o sol brilha -geralmente no mês de maio-, quando acontecem verdadeiros engarrafamentos de escaladores (primeira foto).
A foto abaixo mostra um Xerpa carregando nas costas um barril entupido de merda humana. É um das dezenas de banheiros químicos que são instalados nos acampamentos base do Everest e nos quais a cada ano acumulam até 11 toneladas de fezes. Todo este dejeto é depois carregado até um lago gelado chamado Gorakshep que serve de "fossa" improvisada.
E não é tudo, há ainda as "cagadas", que são enterradas na neve, dos quase mil escaladores que alcançam a cimeira a cada ano, além do lixo em geral. Isto está gerando um problema ambiental e contaminando as águas da região.
Faz sete anos, um escalador chamado Garry Porter ficou tão impactado com este problema que começou a bolar uma solução. Este engenheiro aposentado da Boeing fundou junto com outros sócios o Mount Everest Biogas Project e criou um sistema de pequenas plantas de reciclagem, nas quais devem produzir biogás a partir dos dejetos orgânicos.
A energia obtida nestas estações de tratamento poderia ser aproveitada para carregar os equipamento eletrônicas dos montanheiros. Um dos problemas que enfrentaram é o da temperatura -as bactérias precisam de calor para completar o processo-, mas conseguiram resolver instalando painéis solares que acumulam energia para manter o sistema aquecido durante a noite.
Agora estão tentando arrecadar dinheiro em uma campanha de doação para colocar em marcha a ideia e contribuir para que o Everest não se transforme de vez em uma latrina coletiva a céu aberto.
Fonte: MotherBoard.
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