Pode um homem estar morto se você o vê com seus próprios olhos? Segundo um tribunal na cidade de Vaslui na Romênia a resposta é sim. Em realidade, não é uma questão de realidade, senão uma legal. No começo do ano, a Turquia deportou o cozinheiro Constantin Reliu, de 63 anos, a seu país natal, após 20 anos no país por que seus documentos estavam vencidos. Quando chegou na Romênia Constantin descobriu que estava morto. |
Aconteceu de Constantin não visitar a Romênia desde os anos 90. Portanto, teve a surpresa de sua vida quando oficiais do governo lhe disseram que havia morrido em 2003. Até existia uma Certidão de Óbito, emitida em 2016, registrada por sua mulher.
A confusão começou quando o pessoal da alfândega não deixou Constantin entrar na Romênia. Como ele já estava morto acharam que tratava-se de uma pegadinha. Após mais de seis horas de explicações, os oficiais decidiram fazer os testes de praxe: mediram a distância entre seus olhos para comparar com seu passaporte, tiraram as impressões digitais e perguntaram sobre detalhes de seu povoado. Finalmente, deixaram o homem entrar no país.
Como o cozinheiro morreu sem saber? Aparentemente, sua esposa conseguiu a Certidão de Óbito após passar vários anos sem saber nada do marido. Segundo a mídia romena, sua esposa disse que ele morreu em um terremoto.
Não obstante, não tinha nada a ver com morte. A esposa (ou ex), que não foi contatada e que hoje mora na Itália, ao que parece queria se casar de novo e "matou" o marido. Constantin disse que deixou de falar com sua esposa ao descobrir que ela tinha sido infiel em 1995 quando voltou da Turquia, depois de dois anos trabalhando como cozinheiro. Então decidiu voltar a Turquia de forma permanente em 1999.
Nesta semana, um tribunal de Vaslui recusou sua petição para invalidar a certidão. O "morto" se apresentou pessoalmente para explicar a situação no tribunal, mas pouco adiantou. De acordo com o tribunal, Constantin não podia pedir que a invalidação de sua Certidão de óbito porque havia esgotado o prazo para apresentar um recurso legal.
- "Oficialmente estou morto, ainda que esteja vivo", afirmou o homem. - "Não tenho rendimentos e como estou registrado como morto, não posso fazer nada".
Segundo vários meios de comunicação locais, a decisão do tribunal é definitiva. Que fará Constantin agora? Não ficou claro. Sua situação atual proíbe que viva na Turquia ou que tenha uma vida normal na Romênia. Por enquanto, ele declarou que escreverá ao presidente turco Recep Tayyip Erdogan para apelar a decisão que lhe proíbe voltar à Turquia.
Acho que Constantin deveria roubar um banco, só para ver se as autoridades o deixam escapar por estar morto. Ou qualquer delito. Os mortos não podem ser julgados, certo? Um belo exemplo da burocracia kafkiniana.
Fonte: AP.
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Comentários
Gostei da sugestão. Roube um banco pois morto não pode ser condenado.
Que louco.