Provavelmente você vai querer «desver» as primeiras imagens do acasalamento de um xarroco

O peixe xarroco, às vezes referido como tamboril, de águas profundas parece uma espécie de vestígio trágico da era pré-cambriana, com sua grande cabeça grande, olho de peixe morto, caninos e uma brilhante "vara de pescar" que se estende desde sua barbatana dorsal. Os cientistas nunca tinham visto estas criaturas acasalar na natureza, mas lamentavelmente, este já não é o caso. Com nossas mais sinceras desculpas apresentamos as primeiras imagens. Coitadinho do macho!

Como informa Katie Langin em Science Magazine, esta gravação sem precedentes foi obra dos cineastas de vida silvestre, Kirsten e Joachim Jakobsen, um casal que explorava um área perto dos Açores pela Fundação Rebikoff-Niggeler quando encontraram com a cena sexual.

No vídeo podemos ver uma fêmea com seus filamentos bioluminescentes e barbatanas estendidas, enquanto um macho anão encontra-se grudado em seu ventre. Este tipo de acasalamento entre ambos é conhecido pelos biólogos como parasitismo sexual; o macho recebe proteção e nutrientes preciosos do sistema circulatório da fêmea, e, em troca, a fêmea tem um fornecimento constante de esperma para quando esteja pronta para conceber. É o círculo da vida...

As espécies abissais mostram um método de reprodução ímpar no reino animal, todo um exemplo extremo de dimorfismo sexual. O macho já nasce sem seu sistema digestivo e com o único objetivo de encontrar uma fêmea seguindo as feromônios que elas emitem. Uma vez que encontra a parceira, o macho gruda no seu ventre e se funde com seu corpo de forma a compartilhar até mesmo corrente sanguínea.

Com a passagem do tempo, o macho degenera e se transforma apenas em gônadas fixas ao corpo da parceira, que liberam o esperma quando a fêmea indica que está pronta a desovar. Se não encontrar uma fêmea, o macho morre. Esta característica insólita é o resultado da evolução para compensar a dificuldade em encontrar parceiras nas condições afóticas das planícies abissais.

Outro aspecto fascinante do vídeo são os filamentos e essa espécie de raios de barbatanas da fêmea, que se estendem para fora em um perímetro ao redor do macho. Estas estruturas brilhantes são como um cruzamento entre bigodes de um gato e uma teia de aranha e servem para que o peixe detecte predadores e presas.

Quanto a como um tamboril escapa à predação quando se aproxima de uma fêmea, ninguém sabe direito. Deve ser por causa de sua boniteza. Aff!