Minutos antes da uma da tarde, ontem, a sede do YouTube em San Bruno soou todos os alarmes de incêndios. Enquanto eram evacuados, os empregados da Google inteiraram-se de que uma mulher tinha disparado em três pessoas. A mulher, que suicidou-se depois, foi identificada como Nasim Aghdam, uma youtuber, de 38 anos, residente de San Diego, no sul de Califórnia. A mulher de origem iraniana era muito ativa em redes sociais e gerenciava quatro canais do YouTube: um em persa, um em turco e um em inglês, onde versava sobre diferentes temas: rotinas de exercícios, danças, promoção do veganismo e proteção dos animais. |
Nasim não tinha muitos seguidores (uns 30.000), mas seus vídeos acumulavam milhões de visualizações. Também tinha certa presença no Instagram, onde se descrevia como atleta, artista, comediante, poeta, modelo, cantora, apresentadora, atriz, diretora e produtora.
Como muitos youtubers, Nasim parecia obcecada com suas visitas e seguidores, que descrevia como "reais", em vez de "comprados", e criticava publicamente o YouTube pela desmonetização de alguns de seus vídeos.
- "Dez centavos por 300.000 views?", escreveu em sua página. - "Os funcionários de mente fechada do YouTube tomaram o controle de meu canal em persa e começaram a filtrar meus vídeos para reduzir as visitas e dissuadir me de fazer mais vídeos", acrescentou, acusando abertamente os empregados do YouTube de censurar seu canal.
- "Estão me discriminando e filtrando em YouTube, e não sou a única", disse em um vídeo publicado em janeiro de 2017. - "Se ver meus vídeos, verá que os novos mal recebem visualizações, enquanto os velhos, que costumavam obter muitas visitas, deixaram de recebê-las. Isto se deve a que estão me filtrando. Puseram uma restrição de idade em um vídeo sobre treinar os abdominais, um vídeo que não tem nada de errado. Nada sexual. Por que fizeram isso? Porque ficou famoso e teve muitas visitas. Entrei em contato com a equipe de suporte e todos disseram o mesmo: «há algumas coisas inapropriadas em seus vídeos»."
Nasim não é a primeira criadora de conteúdos do YouTube que se queixa dos problemas de monetização, do endurecimento das restrições e das dificuldades para chegar à audiência que propõe a plataforma ao potencializar a seção "Tendências" (onde proliferam vídeos de pegadinhas que deram errado, famosões e demais clickbait). Nasim, que não era uma personagem famosa, ficou obcecada com as visualizações até o ponto de viajar aos escritórios de YouTube com uma arma.
Ela saiu de casa faz vários dias. Sua família inclusive ligou à polícia e as autoridades retornaram a ligação ao encontrar seu carro perto da sede do YouTube, dizendo que tudo estava sob controle. Ela estava dormindo no carro em um estacionamento. Ismail Aghdam, seu pai, explicou que estava preocupado pela ira que sua filha sentia pelo YouTube e tinha razão, algumas horas mais tarde a mulher desatou sua fúria.
Ainda que algumas reportagens iniciais sugeriram que uma das vítimas era namorado de Nasim, a Polícia afirmou que neste momento não há provas de que a mulher conhecia as vítimas dos tiroteio nem que tenha atacado as pessoas de forma específica.
Brent Andrew, porta-voz do Hospital Geral de San Francisco, confirmou em conferência de imprensa que receberam três pacientes com ferimentos de bala: um homem de 36 anos em estado crítico, uma mulher de 32 em estado grave e outra mulher de 27 em condição estável.
Complicado! Este novo sistema de monteização do Youtube ainda vai dar muito o que falar e olha que não sou eu quem fala, senão o próprio queridinho Casey Neistat.
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Comentários
Cara isso é tão complexo! sigo algumas blogueiras de beleza que com menos de 100 mil inscritos no YouTube já estão comprando casa,carro ( a prestação, mas comprando), isso porque elas fazem parcerias com marcas de beleza, isso sim rende dinheiro. Outros que sigo de outros ramos, por exemplo sobre cinemas, tem 200, 300 mil inscritos e ganham literalmente centavos com os vídeos, porque só ganham a monetização.
Até que enfim alguém começou a mostrar ao YouTube 'Como se faz" !
E esperemos logo logo mais ações "corretivas'...
:-)