O Grande Vale do Rift, no Quênia, não tem este nome por capricho de algum navegador. Seus 4.830 quilômetros marcam o ponto onde a África literalmente racha. Uma enorme fenda surgida recentemente no sul do país é o lembrete mais recente de como será o continente dentro de milhões de anos. A greta apareceu na semana passada no sudoeste do Quênia e partiu em duas a rodovia que liga Nairobi a Narok. A rachadura segue crescendo, acompanhada de pequenos movimentos sísmicos. |
Não há que temer que a fissura chegue até o mar e separe o continente em dois. Ao menos não ainda. Os processos geológicos são exasperantemente lentos desde o ponto de vista humano. Ainda terão que passar ao redor de 10 milhões de anos para que vejamos o continente com uma enorme ilha alongada a sua direita formada por partes da Etiópia, Somália e o característico chifre da África.
O córtex terrestre está separada em grandes "ilhas" de rochas perfeitamente coladas umas a outras que flutuam sobre o magma do manto mais abaixo. Ainda que não percebamos, estes fragmentos se movem continuamente e são responsáveis pelo movimento dos continentes. Faz uns 138 milhões de anos foram os movimentos das placas que separaram o grande continente de Pangeia no que hoje conhecemos.
Os movimentos entre as placas podem ser de vários tipos. No Grande Vale do Rift, o que está ocorrendo é que dois dos fragmentos deste puzzle planetário, a placa Núbia e a pequena placa Somali, estão se separando pouco a pouco. Entre as duas, bem no Rift, a espessura do córtex já é o bastante fino para que ocorram aberturas do terreno acompanhadas de sismos e atividade vulcânica. De novo, não é que o Rift tenha se transformado em Mordor. Este tipo de processos levam milhões de anos, mas nesta região são particularmente intensos.
O rombo deste vale africano começou ao norte faz uns 30 milhões de anos e estende-se para o sul a um ritmo de 2,5 a 5cm ao ano. Isso significa que no sul a atividade geológica é diferente e mais tranquila que ao norte, onde a litosfera se debilitou mais e os processos vulcânicos e sísmicos são frequentes.
Se hoje em dia a rachadela do Rift é importante para nós é porque estamos ante o laboratório perfeito para estudar como se comportam as placas tectônicas que dão forma à superfície de nosso planeta.
Fonte: Quartz.
O MDig precisa de sua ajuda.
Por favor, apóie o MDig com o valor que você puder e isso leva apenas um minuto. Obrigado!
Meios de fazer a sua contribuição:
- Faça um doação pelo Paypal clicando no seguinte link: Apoiar o MDig.
- Seja nosso patrão no Patreon clicando no seguinte link: Patreon do MDig.
- Pix MDig ID: c048e5ac-0172-45ed-b26a-910f9f4b1d0a
- Depósito direto em conta corrente do Banco do Brasil: Agência: 3543-2 / Conta corrente: 17364-9
- Depósito direto em conta corrente da Caixa Econômica: Agência: 1637 / Conta corrente: 000835148057-4 / Operação: 1288
Faça o seu comentário
Comentários
Que doido!
Pena que não vou ver isso !