O que é em realidade a misteriosa máquina de nuvens da NASA que se tornou viral neste vídeo

Nos últimos dias vários vídeos e imagens de uma enorme máquina com o logotipo da NASA se tornaram virais nas redes sociais. Da estrutura sai uma copiosa torrente de nuvens e os entusiastas da conspiração não demoraram em assinalá-la como prova de que a NASA altera o clima com obscuros objetivos (Aff!). A máquina em questão não é mais que uma torre de testes de motores de foguetes, e o que há em seu interior é o Aerojet Rocketdyne RS-25, o motor criogênico que a NASA já usou em seu programa de ônibus espaciais.

A agência agora planeja usar o motor também no Space Launch System ou SLS e, se tudo correr segundo o previsto, esse motor será um dos que nos permitirá chegar a Marte em uma missão tripulada, mas antes há que fazer um monte de testes de ignição.

O último desses testes, com o RS-25 a 113% de sua potência durante 50 segundos, aconteceu no passado mês de fevereiro no Centro Espacial Stennis, em Saint Louis, Mississippi. Se a NASA está provando outra vez os RS-25 é porque não é o mesmo usá-los no SLS que em um ônibus, e ademais está melhorando as unidades com peças impressas em 3D e ajustes atuais.

Por que um motor de foguete expulsa essas impressionantes nuvens brancas em vez de fumaça e chamas? Trata-se de um motor criogênico de combustível líquido. Seu combustível principal é o hidrogênio líquido e como oxidante emprega oxigênio líquido injetado mediante uma série de turbobombas. E o que é que ocorre quando misturamos hidrogênio e oxigênio? Exato. A resposta é água. Os gases resultantes do acionamento do RS-25 são basicamente vapor de água.

A NASA sim já gerou nuvens de propósito. A última vez foi em junho de 2017. O que os cientistas da agência fizeram foi disseminar vapor de água na ionosfera, e seu objetivo era estudar a região em que são geradas as auroras boreais. Para encontrar indivíduos suspeitos de estar alterando o clima do planeta não é necessário ir até a NASA. Basta dar uma voltinha no banheiro e olhar no espelho. Todos, em maior ou menor medida, somos os responsáveis pela mudança climática.