Uma moça espera o metro em uma estação de Kuala Lumpur, a capital da Malásia. Está olhando o celular apoiada em um cartaz de publicidade que diz: "Compartilhar uma mentira faz de você um mentiroso". O caso é que o governo aprovou uma lei que pode levar à prisão por dar eco as notícias falsas na Internet. O delicado assunto das fake news não afeta unicamente Donald Trump. Najib Razak, premiê malásio, também acha que este é um dos grandes males de nosso tempo. |
Para tanto assegurou-se na semana passada de uma maioria simples no parlamento para aprovar uma lei que estabelece multas de até 415 mil reais e um máximo de seis anos de prisão contra aqueles que propaguem notícias falsas que afetem a Malásia ou qualquer cidadão malaio, independente da nacionalidade.
A lei foi recebida com fortes críticas pela oposição por seus envolvimentos em torno da liberdade de expressão e porque chega exatamente antes das eleições gerais, entre rumores de corrupção por parte do governo. Em 2015, vários jornais acusaram o governo malaio de transferir fundos públicos de uma fundação estatal às contas do premiê e pessoas associadas a ele.
Em tempos de redes sociais, é complicado. Há sites e perfis polarizados terríveis que misturam conteúdo real com mentira para validar sua proposta de caos e desinformação. Eles sabem que estão postando mentiras, mas que podem ser compradas como meias verdades, devido a nosso desejo de ver uma resposta que vá ao encontro daquilo que acreditamos.
O que complica ainda mais essa situação é que jornalões, respondendo as suas agendas, também estão mergulhando no conteúdo de pós-verdade. É assim que caminhões estão matando pessoas (não terroristas muçulmanos), atentado vira incidente, bandido virou suspeito, arruaceiro se tornou manifestante, destruição se tornou protesto e por ai vai.
Junte-se a isso o fato de que muitos internautas pressionam o botão de compartilhamento praticamente por impulso assim que leem uma notícia sensacionalista, mentirosa, ou o que valha, que combine com suas convicções e juízos, e a coisa se complica ainda mais.
Algumas pessoas nem se dão conta disso, porque estão absortas dentro das bolhas ideológicas das redes sociais, criadas pelas configurações de privacidade. Assim leem apenas o que querem ler, como se o mundo lá fora não fosse somente tiro, porrada e bomba.
Fonte: Reuters.
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Comentários
Tô só pensando nisso aqui no brasil...