![]() | Em 2 de maio do ano passado, exatamente há um ano, contávamos como um marginal entrou em uma galeria próxima da famosa estação de esqui de Aspen, no americano Colorado e deus duas canivetadas no quadro -horroroso, diga-se de passagem- do artista Christopher Wool, avaliado em 3 milhões de dólares, e fugiu. Mas antes do ato, até então considerado um vandalismo pela polícia, Gregory Lahmi, o dono da galeria havia recebido 3 chamadas de um número de telefone bloqueado, que perguntava se o local abrigava alguma obra de Wool. |

A investigação policial de um ano revelou recentemente que o homem de óculos escuro e gorro, por trás das canivetadas na pintura, não era outro senão Nicholas Morley, o próprio filho do dono do quadro, Harold Morley, 74 anos. Na verdade Nicholas era sócio do pai em um empreendimento imobiliário Fallowfield, que comprou o quadro. Mas por que diabos alguém iria estragar uma obra milionária sendo o próprio dono?
A história é estranha. A princípio, Harold disse à polícia que ele e seu filho co-possuíam a pintura danificada, mas posteriormente mudou sua declaração, dizendo que Nicholas acabara de assinar a consignação, acrescentando que nem ele nem seu filho reconheceram o suspeito capturado pelas câmeras de segurança da galeria.
As coisas começaram a ficar ainda mais estranhas em 5 de maio de 2017, quando Harold Morley enviou um e-mail para a Opera Gallery, de Aspen, dizendo que a pintura cortada podia ser facilmente restaurada e que ele não planejava acionar o seguro. Ele também pediu a Gregory Lahmi que divulgasse uma declaração dizendo que o golpe foi "apenas um pequeno incidente", instruindo-o a "abafar" o caso.
- "Na mesma linha, a investigação policial deve ser aplacada já que os reparos serão imperceptíveis"", afirmava o e-mail de Harold. - "É uma pena que, como proprietários, não fomos consultados antes que a notícia fosse publicada."
Um dia depois, o dono da pintura enviou uma mensagem de texto para Gregory, pedindo para que desacreditasse qualquer ideia de que a pintura foi destruída ou mesmo desvalorizada, e acrescentando que ele queria bloquear ou remover o vídeo on-line do corte nas redes sociais, restaurar o quadro e depois vendê-lo para ganhar ainda mais dinheiro.
- "Poderíamos até colocá-lo à venda agora por 3,5 milhões de dólares, com base em que é famoso", escreveu Harold. "Como não acionamos o seguro, não há razão para que a lembrança do incidente não seja eliminada tão rapidamente quanto possível do conhecimento público e que acabe por se tornar 'folclore'."

Dias depois, Nicholas Morley também escreveu para Gregory, dizendo que a Fallowfield não planejava responsabilizar a Opera Gallery pelo incidente e solicitou que a galeria publicasse um press release de que o incidente foi de fato um acidente ou que não emitisse mais nenhum comentário à imprensa.
Essa não era a atitude padrão esperada de donos de uma posse preciosa danificada, mas as coisas ficaram ainda mais estranhas quando a polícia de Aspen descobriu que Nicholas havia voado do aeroporto de Heathrow, em Londres, para Minneapolis-St. Paul em 1° de maio, um dia antes do incidente, sob o nome de "Nicola Marley". Ele chamou a atenção quando apresentou um passaporte com seu nome real e o agente do portão do aeroporto percebeu a discrepância. Tão logo chegou aos EUA Nicholas voou de Minneapolis para Denver e imagens de vigilância dos aeroportos mostram a chegada dele em ambos os locais.
A polícia do aeroporto de Denver descobriu que, após sua chegada, Nicholas Morley alugou um Hyundai Velostar azul de 2017 sob o nome Nikola Marley, que ele retornou em 4 de maio depois de dirigir 400 quilômetros, segundo um funcionário da empresa de aluguel de carros citado na declaração.
Em menos de um mês depois do acidente a polícia já tinha quase certeza que o sujeito que cortou o quadro era Nicholas, mas não podia provar devido a uma discrepância entre a quilometragem do carro que alugara e a distância entre Denver e Aspen. Por isso a investigação prolongou por quase um ano.
Esse tempo foi usado para coletar evidências suficientes para acusar Nicholas do corte de pintura. Um detetive da Aspen confirmou que ele usou um cartão de crédito empresarial registrado em seu nome para pagar pelo carro alugado e outro cartão de visita registrado para sua esposa, para reservar um quarto em um hotel de Aspen.
Além disso, o empregado da galeria que testemunhou o corte da pintura, identificou Nicholas como o autor, depois de ver sua foto online. A pessoa apontou seu "nariz torto, seu queixo e o bigode de cor mais clara" como prova de que era ele.
O paradeiro de Nicholas Morley é atualmente desconhecido. Os motivos que o levaram a cortar o quadro ainda não estão claros, mas não seria leviano insinuar a possibilidade de que seria uma forma de promover a arte rapidamente e ganhar meio milhão da noite para o dia com duas canivetadas.
Por essas e outras é possível que já tenha algum roteirista de Hollywood atrás da história.
Fonte: Mail Online.
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Comentários
Americanos, claro...
Sempre os idiotas de plantão...