Todos os anos, mais de um milhão de pombos morrem enquanto competem nas controversas corridas de pombos de Taiwan, uma série de eventos esgotantes em que as aves são levadas até alto mar, liberadas no meio do nada e forçadas a voar para casa. De acordo com vários relatórios de organizações de direitos dos animais, menos de 1% deles retornam à terra. Acontece que a pequena ilha de Taiwan hospeda mais eventos de corrida de pombos do que qualquer outro país do mundo, envolvendo bilhões de dólares em apostas. |
Dezenas de milhares de pombos são amontoados em caixas de carga, enviados para o oceano por barcos de pesca e liberados para ver quais os que conseguem voltar para casa mais rapidamente. Alguns caem na água logo após serem soltos, depois de colidirem uns com os outros ou entrarem no barco, enquanto o resto sucumbe à fadiga, ou aos ventos. Dos dois milhões de pombos que competem em várias dessas corridas extenuantes todos os anos, menos de 1% chega em casa.
A cena da corrida multibilionária de pombos em Taiwan é tão competitiva que muitos participantes confiam em todos os tipos de táticas obscuras para aumentar suas chances de sucesso. Muitos "pilotos" drogam seus pássaros com pouca preocupação com sua saúde, enquanto outros tentam modificar os números das anilhas das patas das aves ou até sequestrar favoritos e mantê-los como resgate.
Reportagens de 2014 sobre as corridas implacáveis de pombos causou grande impacto na época, levando o governo de Taiwan a intervir e a invadir alguns dos maiores clubes de corrida de pombos da ilha. Em 2015, a polícia apreendeu cerca de 120 milhões de baths (14 milhões de reais) em ativos e confiscou computadores e outros equipamentos desses clubes.
No entanto, a repressão do governo não impediu os pilotos de pombos de forçarem seus pássaros a competir nestas corridas mortais. Enquanto a grande mídia parece ter abandonado completamente o assunto nos últimos anos, há evidências de que as corridas sazonais de Taiwan ainda estão ocorrendo.
Em junho do ano passado, a tripulação de uma draga australiana descobriu que um pombo em dificuldades havia pegado uma carona no navio. Após uma inspeção mais detalhada, eles descobriram que o interior de suas asas tinha sido tatuada com símbolos coloridos e caracteres chineses. A ave presumivelmente foi levada por ventos fortes e teve a sorte de encontrar um navio para descansar antes que caísse no oceano devido à exaustão.
Também em 2017, o clube de corridas de pombo taiwanês Zhong Zheng Club de Kaohsiung relatou apenas 147 sobreviventes dos 42.423 pombos registrados nas corridas de verão e outono do ano passado. Infelizmente, mesmo aqueles que retornam às vezes morrem nas mãos dos donos. Se não tiverem músculos suficientes para ganhar prêmios, sempre tem uma gordurinha para acabar no prato.
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Comentários
Não gosto dessa ideia de sacrificar animais .Os donos são estúpidos.
Não acredito em porcaria de corrida, eles sempre aprontaram com a humanidade e continuam mesmo com essa coisa inocente aos olhares curiosos alheios e jornalísticos, alguma coisa tem, porque eles mesmos não fazem essa competição
Parece que tentaram fazer o contrário a uns anos atrás. Mas quando soltaram os peixes quilômetros adentro em terra firme, nenhum conseguiu voltar pro mar.
Tá aí um povo que precisa sofrer um pouco.
Poucas décadas, apenas...