Macacos panamenhos dão sinais de ter iniciado sua própria Idade da Pedra

Pesquisadores do Instituto Max Planck, na Alemanha e da Universidade da Califórnia em Davis, no EUA, encontraram evidência que aponta que um grupo de capuchinos do Parque Nacional de Coiba, no Panamá, entraram em sua própria Idade da Pedra. Em concreto, estes macacos foram observados utilizando pedras para quebrar nozes, mariscos e outros objetos, um comportamento que já registrado em capuchinhos do gênero Sapajus. No entanto, esta corresponde à primeira evidência do uso habitual de ferramentas de pedra em capuchinhos do gênero Cebus.

Em seu estudo pendente de ser publicado, que compreende registros audiovisuais desde 2004, os pesquisadores descobriram que mais da metade dos macacos observados participaram desta atividade, mas notaram que o uso de tais ferramentas era majoritariamente evidente em exemplares masculinos da espécie.

Os cientistas assinalam que este comportamento parece ter sido adquirido mediante aprendizagem, e mencionam três aspectos que teriam propiciado esta aparente Idade da Pedra: os capuchinhos são altamente terrestres, têm uma baixa ameaça de predação e contam com recursos limitados na região.

Esta não é a primeira vez que observam o uso de ferramentas de pedra e similares em primatas não humanos em seu habitat natural. Chimpanzés na África ocidental, macacos na Tailândia e capuchinhos Sapajus da América do Sul também já foram observados fazendo o mesmo.

No caso dos chimpanzés, há grupos que "pescam" algas comestíveis e inclusive há um estranho grupo que "reza" para uma árvore.

Os chimpanzés selvagens também confirmaram a teoria dos macacos bêbados. Em uma localidade da Guiné Equatorial, onde os locais fabricam vinho de palmeira, os primatas arrumaram um jeito de consumir o líquido fermentado mascando as folhas voluntariamente, e depois sugam o líquido de maneira repetitiva, para consumir a preparação alcoólica.