O cientista chinês He Jiankui, quem afirmou que tinha criado os primeiros bebês do mundo modificados geneticamente, se encontra em paradeiro desconhecido desde o último 28 de novembro. A Universidade de Ciência e Tecnologia do Sul, localizada em Shenzhen, na China, negou a acusação de que seu ex-professor se encontre detido em seu campus universitário, como tinham especulado vários meios de comunicação. |
- "Neste momento, nenhuma informação é precisa, salvo a dos canais oficiais", declarou uma porta-voz da universidade. A representante se negou a dar mais detalhes a respeito e assegurou que quando disponham de nova informação, informarão através de seus canais oficiais.
Durante o fim de semana, alguns meios de comunicação informaram que o presidente da universidade, Chen Shiyi, exigiu que o cientista voltasse a Shenzhen para ficar sob detenção domiciliar no campus. Supostamente, tudo ocorreu após que He apresentou seu experimento no segundo encontro internacional sobre a Edição de Genoma Humano, que ocorreu em Hong Kong na quarta-feira passada. Desde essa data, simplesmente ninguém, sabe onde o homem foi parar.
He Jiankui foi qualificado em alguns setores como o "Frankenstein chinês" após publicarem no YouTube uma série de cinco vídeos onde afirmava ter alterado o DNA de gêmeas nascidas em novembro, conseguindo supostamente assim a primeira modificação genética de bebês na história. Explicou que sua equipe de pesquisadores tinha alterado os embriões das irmãs para desativar de maneira efetiva um gene relacionado com o HIV, vírus do pai.
A pesquisa de He foi condenada pelos serviços públicos de saúde chineses, que afirmaram não saber nada do experimento. O caso também está sendo examinado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia do país, que ordenou ao cientista que detenha todas suas pesquisas.
Na semana passada, a universidade publicou um comunicado em seu site oficial com o fim de manter distância do trabalho de He. No texto, a instituição afirmava não dispor de informação sobre esse projeto de pesquisa e revelava que o docente em questão desfruta de uma permissão não remunerada desde fevereiro deste ano até 2021.
O centro educacional qualificou o experimento de He como uma "grave violação da ética e dos padrões acadêmicos", ao mesmo tempo em que outros cientistas a nível internacional mostraram sua rejeição a respeito e catalogaram as ações do pesquisador chinês como "monstruosas", irresponsáveis, pouco éticas e perigosas".
A notícia, à princípio, remete a forma já conhecida que o regime chinês trata seus dissidentes e pessoas malquistas. Mas porque então a história criou tanta celeuma. A conspiranoia da vez, e não sem razão, se apoia no fato de He Jiankui ter afirmado que isolou e desativou a parte do genoma responsável pelo vírus da Aids, o que, em outras palavras, confirmada a veracidade de suas afirmações, o chinês teria descoberto a cura da doença e aberto as portas para a cura de outras tantas.
Então, a pergunta, de certa forma pertinente, que estão fazendo nas redes sociais, é: "Sumiu ou deram um sumiço nele?"
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Comentários
não sei pq tantas criticas ao trabalho do cara, e até o considerar anti-ético se oq ele fez foi, como diz ao final do texto, abrir caminho para um mundo livre de doenças hereditárias. Tem certas barreiras que precisam ser quebradas!