O molho de tomate não é um prato italiano, mas mexicano

É difícil imaginar como deviam ser os alimentos italianos, irlandeses e tailandeses antes de conhecerem os tomates, as batatas e pimentas. Na verdade é difícil imaginar como seria qualquer classe de cozinha sem o molho de tomate ou napolitano, salsa roja (em espanhol), ou di pomodoro (em italiano) geralmente para ser servido como parte de um prato, e não como um condimento.

Os molhos de tomate são comuns para carne e legumes, mas são talvez mais conhecidos como bases para molhos de pratos a base de massas. Os tomates têm sabor rico, alto teor de água, carne macia que se desmancha facilmente e a composição certa para engrossar um molho quando são cozidos (sem a necessidade de espessantes). Todas essas qualidades os tornam ideais para molhos simples e gostosos.

No entanto, mesmo que hoje os molhos de tomate tenham uma relação intrínseca, quase indissociável, da culinária italiana, o prato não é itálico, senão que mexicano.

Os primeiros molhos de tomate já estavam sendo vendidos nos mercados de Tenochtitlan quando os espanhóis chegaram, e tinham muitos dos mesmos ingredientes -tomate, pimentão, pimenta- que mais tarde definiriam os molhos italianos com a massa de tomate.

A primeira pessoa a escrever sobre o que pode ter sido um molho de tomate foi Bernardino de Sahagún, um frade franciscano do Reino de Espanha que mais tarde se mudou para a Nova Espanha. Ele tomou nota de um molho que era comercializado nos mercados da antiga Tenochtitlan -Cidade do México, hoje-. Já o uso de molho de tomate com massa apareceu pela primeira vez apenas em 1790, 200 anos depois, no livro italiano "L'Apicio moderno", do chef romano Francesco Leonardi.

Supostamente, o tomate, assim como a batata, chegou em solo europeu pela primeira vez em Sevilha e curiosamente não era utilizado como alimento, mas como remédio. E não o fruto, senão a raiz. Tão logo descobriram as delícias culinárias que resultam o acréscimo do fruto, aí sim o tomate começou a se espalhar pela Europa e mundo.