Grãos e água da temida zona de exclusão de Chernobyl foram utilizados para produzir uma vodca batizada como ATOMIK, e esta poderia servir para começar a recuperar as áreas circundantes à central nuclear. Segundo dica do amigo Rusmea, via Facebook, em um comunicado de imprensa da Universidade de Portsmouth, um grupo de cientistas do Reino Unido e Ucrânia reporta que produziu a vodca livre de radioatividade a partir de cultivos da região. |
Descrita como "vodca artesanal de alta qualidade", a bebida alcoólica foi elaborada pela Chernobyl Spirit Company. Atualmente só existe uma garrafa de ATOMIK, e ainda não está à venda, mas é considerado o primeiro produto comercial originado desta zona de exclusão.
Parte ciência e parte marketing, o projeto pretende demonstrar como a terra circundante à planta nuclear danificada pode ser aproveitada para agricultura. Os produtores desta garrafa de vodca esperam que possa conduzir a algo bem mais grandioso: a revitalização da indústria tradicional ucraniana em uma região cheia de dificuldades econômicas.
Com esse fim, ao menos 75% dos ganhos das vendas de ATOMIK irão apoiar às comunidades locais nas áreas afetadas e à conservação da vida silvestre. Esta vodca não resolverá todos os problemas da região, obviamente, mas poderia proporcionar o impulso necessário a esse processo de recuperação.
Estabelecida após o acidente nuclear de Chernobyl de 1986, a zona de exclusão engloba um área de 2.600 quilômetros quadrados. Ao redor de 116.000 pessoas fugiram da área imediatamente após a explosão da planta, seguidas por outras 220.000 pessoas que tiveram que ser realocadas. A área total de evacuação estendeu-se por uma região que media 4.200 quilômetros quadrados.
O acesso à zona de exclusão está limitado por motivos de saúde e para evitar a propagação contínua de materiais radiativos. O uso da terra para a agricultura está estritamente proibido pelo governo ucraniano, algo que Jim Smith -professor de ciências ambientais e diretor do projeto- e seus colaboradores desejam mudar. Junto com seus colegas do Reino Unido e Ucrânia, Smith passou os últimos três anos avaliando o potencial radioativo da agricultura na zona exterior da zona de exclusão.
Para criar a vodca ATOMIK, Smith e seus colegas recolheram grãos e água da zona de exclusão. As provas mostraram que o grão era levemente radioativo; as quantidades de estrôncio-90 superavam por muito pouco o limite de segurança da Ucrânia de 20 Bq/kg. Isto não é o suficientemente seguro para assar um pão, mas sim para elaborar bebidas destiladas, já que o processo de destilação elimina todas as impurezas dos grãos. Os testes da vodca demonstraram que era completamente seguro bebê-la (bem... ao menos tão "seguro" como qualquer outra bebida alcoólica).
A água mineral utilizada para este projeto foi obtida de um aqüífero da cidade de Chernobyl, utilizada para diluir o álcool destilado. Os testes mostraram que a água estava livre de contaminação radiativa, e que tinha uma composição química similar à água subterrânea da região de Champagne, na França.
Smith e seus colegas dizem que precisam resolver alguns problemas legais ainda, e que posteriormente tratarão de começar a produzir em pequena escala a vodca ATOMIK no final deste ano.
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