Em sua essência, o kumitaiso (ginástica montada), a formação ginástica em que os alunos se escalam para criar uma pirâmide, é uma rotina que deve incentivar o trabalho em equipe e a resistência entre os jovens estudantes, e, como tal, tem sido um dos pilares dos festivais anuais de esporte nas escolas em todo o Japão. No entanto, começaram a surgir problemas à medida que as pirâmides humanas organizadas pelas escolas começaram a ficar mais altas e mais difíceis de apoiar pelos alunos da base. |
Ver dezenas de estudantes trabalhando juntos para criar essas estruturas complexas é, sem dúvida, impressionante, e é por isso que muitas escolas continuaram forçando os limites ao longo dos anos, com alguns resultados complicados. Com centenas de feridos relatados todos os anos, muitos no país asiático estão pedindo às autoridades para banir o kumitaiso.
Em 2015, um estudante do ensino médio de Osaka sofreu uma fratura no osso depois de participar de uma pirâmide de 10 camadas, ao lado de outros 157 jovens. Os professores de educação física devem saber que, considerando a altura da formação e o peso total dos participantes, a pressão nas camadas inferiores seria excessiva, mas continuaram o exercício de qualquer maneira.
Infelizmente, este não foi um caso isolado; de fato, apesar dos esforços concentrados para proibir a prática nas escolas japonesas, 51 lesões relacionadas foram relatadas entre janeiro e agosto deste ano, somente na cidade de Kobe. Nos últimos três anos, o número de lesões relatadas totalizou 123.
De acordo com uma reportagem da AFP de 2016, o número anual de lesões em estudantes relacionadas ao kumitaiso excede 8.000, o que é bastante chocante, considerando que estamos falando de uma formação de ginástica praticada por crianças desde o jardim de infância até o ensino médio. Mesmo assim, apesar das campanhas de pais e médicos para banir o kumitaiso, os professores insistem que a formação ensina aos alunos lições importantes sobre trabalho em equipe e resistência.
O aspecto educacional do kumitaiso convenceu o Ministério dos Educação japonês a não impor uma proibição generalizada da prática de formação de ginástica nas escolas, mas há muitos que insistem que isso se tornou uma maneira das escolas rivais competirem entre si, ignorando completamente a segurança das crianças.
Há três anos, Ryo Uchida, professor de sociologia da educação na Universidade de Nagoya, enviou uma petição ao então ministro da Educação Hiroshi Hase para que regulasse o tamanho das pirâmides de kumitaiso, que poderiam mitigar os principais riscos da prática, mas as autoridades japonesas ainda não chegaram a um consenso. Algumas cidades, como Osaka, proibiram a prática, enquanto outras impuseram limites de níveis, mas a maioria não.
Algumas pessoas se opõem à idéia de regulamentar o kumitaiso, porque ele valoriza o senso de unidade e realização dos alunos, bem como a resistência que isso cria, enquanto outros acreditam que a segurança dos estudantes vem em primeiro lugar. O debate permanece.
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