Houve uma época em que você ia a um armazém, um estabelecimento com não mais que 50 metros quadrados, com vasta oferta de produtos a granel -havia mercadorias expostas até no teto-, e fazia a compra do mês toda ali. Com a passagem dos anos as regulamentações sanitárias e comerciais proibiram este tipo de comércio e, hoje, até queijo fatiado tem que ser embalado em plástico, com argumentos peregrinos da necessidade de proteger a saúde do cidadão quanto tem mais a ver com a saúde do bolso da indústria. |
De fato, esta procura por alimentos saudáveis e orgânicos dos últimos anos criou alguns pontos de venda que remetem ao passado dos empórios a granel, mas com preços praticados por boutiques. Desculpa-se muito que os supermercados substituíram os armazéns por conta da praticidade de encontrar tudo em um lugar só e da qualidade dos produtos. Praticidade e qualidade estas que já existiam nos armazéns, sem a necessidade de um "atravessador" para embalar, inventar nomes metidos, aumentar o preço e por conseguinte os impostos embutidos. E dá-lhe plástico!
Nesse sentido, até alguns mercados estão começando a vender ração animal -em geral para cães e gatos- à granel, mas com práticas de preço abusivas, com justificativas hipócritas com base na premissa estúpida que correção ecológica custa dinheiro.
Com efeito, existem dezenas de iniciativas para reduzir o uso de plástico no mundo, incluindo dispensadores de produtos de limpeza para incentivar a reutilização de garrafas plásticas. Uma dessas máquinas foi viral recentemente.
Um usuário do Reddit postou uma foto de uma máquina encontrada em uma farmácia local na República Tcheca usada para reabastecer garrafas vazias com sabão líquido para roupa e detergente. A ideia é de uma cadeia de farmácias alemãs, que fizeram uma parceria com a Henkel, uma empresa de produtos químicos e de bens de consumo, para combater o problema com embalagens plásticas descartáveis.
Há propostas também de dispensadores com produtos de limpeza pessoal e higiene, mas estas vão de encontro ao mercado de produtos de beleza. Por exemplo, a maior cidade portuária da Croácia, Rijeka, abriga máquinas de venda sem plástico que oferecem qualquer coisa, desde óleo de cozinha, vinagre, material de limpeza até produtos de higiene.
Essa mudança de paradigma, novamente, em direção a produtos domésticos sem plástico está se tornando uma boa tendência e criando consciência do impacto negativo de nosso lixo, além de poupar dinheiro e também salvar o meio ambiente. Mas algo tem que ficar muito transparente na busca desta mudança: ela deve ser feita para eliminar o lixo e baixar os preços dos produtos, não o contrário. Não se trata de uma modinha de "gente do bem", com custos dobrados, senão que uma necessidade de ontem.
Há algum ceticismo em relação as máquinas de venda automática de recarga de porque podem oferecer uma gama limitada de produtos. Mas cabe aqui ressaltar mais uma vez se já não passou da hora de mudarmos esse modelo de gestão para um mais flexível e que não atenda ao lobismo de grupos não produtivos. Empresas de água engarrafada não produzem água, elas produzem garrafas plásticas.
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