A dublagem é uma faca de dois gumes; se por um lado permite que os não falantes de um idioma específico se conectem à obra no idioma local, por outro a dublagem pode ser tão ruim ou diferente do original que faz a mesma obra perder seu valor. Não sou purista do cinema, mas, se entendo o idioma, vejo o filme original; se não, prefiro as legendas. Nesse sentido o youtuber Peter Aqui fez um vídeo, faz um par de anos, onde zoava (mais ou menos) a dublagem do Vegeta, personagem do Dragon Ball, em Portugal. Com mais de 2,5 milhões de inscritos no seu canal, o vídeo foi visto por quase 1 milhão de pessoas. |
Ocorreu que depois de 2 anos o dublador do Vegeta português, João Loy, decidiu responder ao vídeo com uma ironia tão cafona, que que beira ao grotesco, ainda que eu entenda a sua frustração. O vídeo teria passado despercebido para os brasileiros, já que o alcance de Loy é bem pequeno, com apenas 4 mil inscritos em seu canal. Mas um grupo de fãs de dublagens do Facebook descobriu a peça e invadiu o vídeo do português, que já conta com 9.017 comentários, 7.900 negativações, no momento que escrevo este post.
A intenção de João Loy me parece muito clara: aumentar a sua base de seguidores na plataforma de vídeos, mas, pelo andar da carruagem, o homem acabou dando uma varada n'água. Com efeito, a guerra de insultos na área de comentários dá o tom e faz a gente pensar que a invenção de um soco digital é uma ideia do milhão.
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Comentários
Acompanho o Peter, tanto no Ei Nerd como no canal secudário (Peter Aqui), e em diversas ocasiões ele se mostrou uma boa pessoa, correta e ponderada.
Claro que, no vídeo em questão, ele exagerou e muito na zoeira, e com isso claro que dá o direito de o João Loy se sentir ofendido.
Porém, a treta deles à parte, achei o vídeo do João Loy totalmente fora de proporção, apontando para o p@u e fazendo gestos de masturbação, sendo que se o público dele é formado por fãs de Dragon Ball, deve ter também crianças de todas as idades acompanhando o canal dele.
(Fora às coisas que ele falou dos brasileiros, mas essa vamos deixar na conta da zoeira).
Achei bem deselegante, poderia simplesmente ter feito um vídeo dizendo que ficou chateado com o react. Afinal de contas, um erro não justifica o outro.
A norma culta portuguesa não tolera os galicismos (ainda muito presentes no uso do vernáculo do português europeu). O idioma evoluiu e não permaneceu "a estar" com as jaezes (característica, gênero, espécie) longínquas dos idiomas galaicos.
Gostaria de acrescentar ao "debate" que, no Brasil, desde a virada do séc. 19 para o séc.. 20, gramáticos e filólogos estão acordes em que tal estrutura, uso da preposição "a" ao invés do relativo "que" antes do verbo, constitui arraigado galicismo (francesia - uso de costume francês - pedante e em desuso) e sintático, assim "constitui galicismo o emprego da preposição a, em vez do relativo que, em frases como estas: 'nada tenho a dizer', 'nada tenho a fazer' e outras semelhantes". Para alguns, até mesmo configura "francesia de cabelos brancos", que só por descuido se encontra, não se tendo mostrado disposta a norma culta a tolerá-la, até porque "perfeitamente evitável o vício, sem prejuízo da naturalidade".
"Logo, pois" temos " a estar acabando" com os "galicismos" e "gerundísmos" que são sim vícios de linguagem no idioma português.
Moral da história: O sujo falando do mal lavado.