![]() | Dois músicos e programadores criaram e gravaram um disco rígido com todas as melodias que podem existir e as publicaram como domínio aberto. Seu objetivo é acabar com as demandas judiciais contra os músicos, que se sentem tolhidos em sua liberdade criativa. Damien Riehl e Noah Rubin escreveram um algoritmo que gravou todas as possíveis combinações de oito notas em 12 compasses para demonstrar o caráter finito da música, um método semelhante ao que usam muitos hackers para adivinhar senhas. |

Segundo dica doa amigo Rusmea, via Facebook, Damien e Noah sustentam em que, gravada no formato MIDI, a música não é mais que sequências de números.
- "Conforme às leis de propriedade intelectual, os números são uma realidade, que por sua vez quase não tem propriedade intelectual ou não o é em absoluto", explicou Damien Riehl, que também é letrado em direito sobre a propriedade intelectual.
Sua proposta é que, se os números existem desde a origem dos tempos e as pessoas fazem uso deles, talvez as melodias são simplesmente matemática, uma realidade da qual ninguém pode se apoderar com o argumento de que é sua propriedade intelectual.
Gravados em um meio estável como um disco rígido, as melodias automaticamente se transforma em propriedade intelectual, indica Damien, que junto com Noah transformou o disco em algo de domínio público, postando no Github e no Internet Ative tanto os materiais musicais quanto o algoritmo que permitiu gerá-los como código de fonte aberta.
Ter que se defender em um caso de roubo de direitos intelectuais pode custar milhões de dólares em honorários legais e o resultado do pleito é pouco previsível. Ao pôr a disposição de todo mundo todas as melodias possíveis, Riehl e Rubin esperam impedir que tais casos tenham sucesso nos tribunais daqui em diante.
A iniciativa me pareceu muito boa e se progredir logo deve se tornar um quid pro quo nas fonográficas que não demorarão a tentar proibir o material. Genial também foi a forma como decidiram gravá-lo: o formato MIDI (acrônimo em inglês de Interface Digital de Instrumentos Musicais) é armazenado mediante números, que posteriormente podem ser lidos por instrumentos musicais eletrônicos, computadores e dispositivos relacionados.
Além do mais, o formato permite que uma música inteira seja codificada em alguns poucos kilobytes e, em seus 16 canais, é possível escolher "zilhões" de instrumentos.
Dizem, de forma poética, que a "A música é a taquigrafia da emoção, a poesia do ar, o eco do mundo invisível, a arte mais direta que entra pelo ouvido e vai ao coração". Realmente é. Estas e muitas frases, representam o que a música nos faz sentir e o que se expressa com ela, já que sem dúvida é uma linguagem com a qual podemos comunicar alegrias, tristezas, medos, fantasias ou sentimentos sem necessidade de palavras.
Mas sem querer matar paixões e desde outro ponto de vista, a música também é matemática pura, por mais que alguns músicos queiram negar, por pensar que isso lhes rouba o talento. A música é a arte de combinar bem os sons no tempo, de forma harmônica e consonante para gerar emoções no ouvinte. Em outras palavras, trata-se de combinar vibrações que podemos fazer com instrumentos, em um ritmo específico de maneira agradável ao ouvido. Mas o que tem isso a ver com a matemática?
Resulta que os músicos, matematicamente falando, tem o dom de resolver questões complexas de ritmo, ordem, duração, equilíbrio, altura dos sons ou intensidade, de forma natural. É com se alguém resolvesse Bhaskara, só olhando a questão.
Os músicos sim tem um grande talento, mas não é isso que Damien Riehl e Noah Rubi estão questionando, o brainstorm que estão propondo é que todo este talento só é possível por causa da matemática e que não faz sentido algum os processos por direitos autorais baseados na propriedade de uma sequência de números.
Além do mais, levando em conta que esta proposta seja validada, uma fonográfica ou autor terá que rever todo o arquivo disponibilizado por Damien e Noah, para verificar se sua música já não é de domínio público, antes de processar alguém por plágio.
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