A sequência do vídeo foi publicada pelo Ministério de Defesa da Rússia durante um exercício do exército no passado 2 de março. O que vemos: o uso de um avião de carga Il-76MD bombardeando objetivos simulados em um área a 160 quilômetros a noroeste de Moscou. Dito exercício incluiu lanças bombas P-50T sem guia durante o dia e noite, segundo explica a legenda do vídeo oficial. De fato, os Il-76MD poderiam transportar até quatro destas bombas sob cada asa. Tal e como vemos, durante o dia os aviões bombardearam a uma altitude de pouco mais de 4.000 metros. Pela noite, o avião lançou suas bombas de pouco menos de 600 metros. |
Já as operações de bombardeio utilizando os dois canhões GSh-23 de 23 mm na cauda de cada Il-76MD foram realizada em altitudes bem mais baixas. Segundo explica o Ministério de Defesa russo:
- "Os Il-76MD têm posições de observação grandes, também com enormes janelas na parte inferior do nariz. A tripulação da aeronave utilizou o equipamento de navegação existente, geralmente empregado durante as quedas de carga aérea para apontar os P-50T."
Pára que realizar este tipo de provas com um avião de transporte? O Ministério de Defesa russo conta que algumas das execuções destes bombardeios estavam destinadas a refletir tática em que os Il-76MD utilizariam iluminação ou bombas de fumaça para marcar zonas de aterrissagem ou alvos antes das operações aerotransportadas ou os ataques aéreos.
A ideia de usar aviões de transporte, ou inclusive aviões de combate militarizados, ou versões modificadas dos mesmos como bombardeiros remonta a antes da Segunda Guerra Mundial. Nos anos prévios ao conflito global, e em suas primeiras etapas, fazia sentido já que estes aviões eram tipicamente os de maior alcance disponíveis com as maiores capacidades de carga útil em linhas gerais. A rapidez e a necessidade fizeram que esta prática continuasse durante décadas após terminada a Segunda Guerra Mundial.
No entanto, a efetividade destas táticas em um meio de combate real é discutível, os Il-76MD que realizam este tipo de ataques poderiam suprimir as forças inimigas ao redor de uma zona de aterrissagem, mas de jeito nenhum poderiam destrui-los de maneira confiável. Não há indícios de que os Il-76MD estejam configurados para empregar munições guiadas com precisão ou que tenha planos para modificar os aviões para fazê-lo no futuro.
Faz alguns anos era possível ver no aeroporto de Aurora, na cidade de Guatemala, DC-3 militares armados com bombas utilizadas durante a guerra civil, que como imaginamos, era essencialmente uma guerrilha. Sobra dizer que a precisão e utilidade dos bombardeios de aviões não especializados é bastante questionável.
Também tivemos o caso norte-americano onde lançavam de um C-130 a MOAB: "Mother of all the bombs" (em realidade é por "massive ordinance air blast"), a maior bomba em serviço do mundo, que simplesmente não cabe em um B-52.
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