Identificam na Catalunha um fármaco que bloqueia os efeitos do coronavírus

Uma equipe de pesquisadores do Instituto de Bioengenharia da Catalunha (IBEC), junto a especialistas de outros países, identificou um fármaco em fase clínica que bloqueia os efeitos do vírus SARS-Co-V2, origem do covid-19, em sua etapa precoce de infecção. O tratamento demonstrou sua eficácia em mini-rins desenvolvidos a partir de células tronco humanas gerados no IBEC por uma equipe liderada pela pesquisadora Núria Montserrat. Segundo ela, o uso de organóides humanos permite provar de maneira muito ágil os tratamentos que já estão sendo utilizados para outras doenças ou que estão perto de ser validados.

- "Neste momento que corremos contra o relógio, estas estruturas 3D poupam drasticamente o tempo que destinaríamos para provar um novo medicamento em humanos", destacou Núria em um comunicado. Desde ontem, quinta-feira, o fármaco está sendo testado em 200 pacientes.

A nota explica que através destes organóides gerados mediante técnicas de bioengenharia conseguiram decifrar como o SARS-CoV-2 interage e infecta as células humanas do rim, bem como uma terapia para reduzir a carga viral.

Os pesquisadores demonstraram que os organoides renais continham diferentes grupos de células que expressavam ACE2 (enzima conversora de angiotensina 2) de maneira similar à que existe no tecido nativo, e depois, procederam a infectá-la com SARS-CoV-2. Uma vez que os pequenos rins estavam infectados, aplicaram diferentes terapias, concluindo, como resultado do estudo, que o hrsACE2 (ACE2 humano recombinante solúvel), um fármaco que já superoi os testes clínicas de fase 1 (em voluntários sãos) e de fase 2 (em pacientes com síndrome de dificuldade respiratória aguda), inibe significativamente as infecções por SARS-CoV-2 e reduz sua carga viral.

- "Estes achados são promissores como um tratamento capaz de deter a infecção precoce do novo coronavírus", asseverou a pesquisadora.

Além do IBEC, na pesquisa, cujo estudo foi publicado na revista Cell, participaram o Instituto Karolinska da Suécia, o Instituto Biologia Molecular da Áustria e o Instituto de Ciências da Universidade de British Columbia, entre outros.