A primeira vez que destruíram Nova York no cinema foi épico, e não tinha computação gráfica

Ontem comentávamos a espetacular técnica das filmagens de "Terminator 2" em uma cena onde não existia efeito especial algum. Outro exemplo, possivelmente dos mais espetaculares da história do cinema, ocorreu em 1933. Então ainda não existia nada parecido à computação gráfica, e a magia do cinema era uma técnica completamente artesanal. Referimos a "O Dilúvio", possivelmente o primeiro filme de desastres que mostrava uma cena histórica de um tsunami arrasando a cidade de Nova York.

Dirigido por Felix E. Feist e protagonizada por Peggy Shannon, durante algum tempo o original do filme foi perdido até que apareceu uma versão dublada em italiano na década de 1980.

Quanto à sequência do desastre e os "efeitos especiais" utilizados, foram criados pelo fabricante de modelos Ned Mann, quem também trabalhou na produção de Darryl F. Zanuck, de "A Arca de Noé". Um trabalho artesanal que necessitou da construção minuciosa de uma maquete em grande escala da Grande Maçã.

Para isso, os edifícios foram feito a base de delgadas camadas de gesso, o que explica essa forma meio incômoda na que parecem desmoronar e se romper, mais parecido às construções de Lego.

A cena do tsunami mostra a cidade reduzida a um monte de escombros depois de uma inundação de proporções bíblicas. A câmera segue os residentes em pânico correndo pelas ruas enquanto ficam sepultados sob os escombros que caem dos edifícios.

Ao que parece, o modelo da cidade de Nova York encontrava-se em um set de som completo, um espaço especialmente fechado para permitir a inundação do mesmo após o terremoto que desencadeia o tsunami.

Histórica, ao tratar-se da primeira vez que o cinema destruía Nova York, e espetacular, é um desses casos onde a magia do cinema faz honra a sua lenda. Por verdade, mais de sete décadas depois, os diretores J.J. Abrams, com "Cloverfield" e Roland Emmerich, com "O Dia Depois de Amanhã" fizeram um uso similar da cena da Estátua da Liberdade ao colocar no contexto de catástrofes apocalípticas.