Pesquisadores israelenses anunciaram um novo tratamento possivelmente efetivo contra o coronavirus

Um estudo realizado pelo Instituto de Investigações Biológicas de Israel indicou que dois medicamentos desenhados para tratar a doença de Gaucher, uma rara condição genética, mostraram eficácia contra o coronavirus e também podem ser efetivos ante outros possíveis surtos de diferentes cepas. Os cientistas utilizaram dois compostos análogos aos medicamentos Cerdelga e Remdesivir para ver se a síntese de glicosfingolipídios pode servir como um alvo terapêutico antiviral contra SARS-CoV-2.

Segundo o estudo, ainda pendente de revisão por pares científicos, o tratamento antiviral conseguiu uma significativa redução da capacidade de replicação do SARS-CoV-2 e a destruição das células infectadas. Assim, a fórmula poderia ser efetiva de maneira preventiva ou nas primeiras etapas de contágio, já que preveniria um maior dano celular depois de um contágio.

Os medicamentos foram testados em cultivos celulares e agora serão utilizados em animais infectados para estudar sua eficácia e avançar no processo para um possível uso em humanos.

- "A infecção com SARS-CoV-2 reduziu a viabilidade celular para 40% na célula não tratada", dizem os pesquisadores em um relatório de 24 páginas. - "No entanto, quando tratados com Cerdelga e Remdesivir, a viabilidade celular aumentou para entre 75% e 100%, demonstrando que 'têm um efeito antiviral no isolado clínico SARS-CoV-2 in vitro'", afirmou o artigo. Uma dose única é capaz de inibir significativamente a replicação viral dentro de 24 a 48 horas.

Os autores da pesquisa destacaram que usar um medicamento aprovado pelas autoridades é o ideal como uma solução de curto prazo, já que um dos principais desafios contra o tempo é a validação dos organismos reguladores, um processo que pode estender consideravelmente os prazos, para além do tempo utilizado na fase de pesquisa.

O estudo realçou que os fármacos utilizados também têm resultado eficazes contra outros tipos de vírus, como o da gripe e a febre do Nilo ocidental, motivo pelo qual a fórmula, em caso de ser aprovada, seria promissora para tratar eventuais novos surtos de cepas diferentes.