Um quarto da Holanda fica abaixo do nível do mar. A maioria dessas áreas baixas são terras recuperadas do mar. A região era originalmente ocupada pelos estuários de três grandes rios: o Reno, o Meuse e o Scheldt, além de seus afluentes. A partir do final do século XVI, os holandeses drenaram as áreas baixas chamadas "polder", construindo um elaborado sistema de drenagem composto por diques, canais e estações de bombeamento. O destaque desta incrível engenharia é uma série de projetos chamados Delta Works e Zuiderzee Works. |
O projeto Delta, declarado uma das "Sete Maravilhas do Mundo Moderno" pela Sociedade Americana de Engenheiros Civis, foi construído ao longo de um período de quatro décadas, para proteger do mar uma grande área de terra ao redor do delta do Reno-Meuse-Schelde. Já o Zuiderzee se centrou na recuperação de terras no Mar do Norte.
Antes de começar a construção do Delta Works, os engenheiros procuraram um campo de testes onde pudessem estudar os efeitos de represar rios e construir diques e barragens contra tempestades, nos rios, estuários e terrenos circundantes do país.
Um local adequado foi encontrado no meio de um polder dentro da floresta de Voorsterbos, situada entre Kraggenburg e Vollenhove no norte da Flevolândia. Lá, engenheiros holandeses construíram modelos em escala das obras hidráulicas propostas: barragens, comportas, eclusas, diques e barragens contra tempestades.
A água, trazida de um canal próximo, era guiada para dentro e para fora das eclusas e comportas em miniatura. Bacias de concreto eram usadas para pesquisar o movimento das ondas. Esse campo de testes ficou conhecido como Waterloopbos, que significa "floresta dos córregos".
O Waterloopbos pertencia e era operado pelo Waterloopkundig Laboratorium, um instituto científico especializado no campo da hidráulica e engenharia hidráulica, localizado em Delft. O instituto desempenhou um importante papel consultivo na realização do Delta Works.
O Waterloopbos foi construído no início da década de 1950. O local atendia a todos os requisitos para um laboratório a céu aberto: o chão da floresta estava cerca de 5 metros abaixo do nível do canal de Vollenhover, de modo que a água fluía naturalmente para as instalações de teste sem a necessidade de bombas. O solo, compactado por geleiras durante a última era glacial, era firme o suficiente para sustentar os modelos sem os perigos de subsidência.
O nível da bacia de saída estava 2 metros abaixo do chão da floresta, facilitando a descarga fácil de água. Finalmente, as árvores forneceram proteção contra o vento, minimizando sua influência nos experimentos realizados.
Para o projeto Delta Works, o Waterloopkundig Laboratorium construiu 35 modelos em grande escala simulando os diferentes componentes do Delta Works. Esses testes continuaram por mais de vinte anos nos anos 60, 70 e 80, quando Waterloopkundig Laboratorium começou a procurar clientes no exterior.
Ao longo dos anos, engenheiros da Nigéria, Turquia e Tailândia foram para a Holanda para testar portos, rios e costas no Waterloopbos. Na década de 1990, dois terços dos projetos em Waterloopbos eram de clientes estrangeiros. No total, mais de 200 estudos diferentes foram conduzidos ali.
Com o desenvolvimento de modelos de computador e simulação por software, a construção de modelos de teste tornou-se praticamente desnecessária. O laboratório foi fechado em 1996 e foi posteriormente abandonado.
Em 2002, o local foi adquirido pela Natuurmonumenten, uma ONG Holandesa de preservação da natureza, com a intenção de preservar os muitos modelos, agora cobertos de musgo e vegetação, espalhados pela floresta.
Desde então, o site se tornou um local popular entre os entusiastas e turistas. Uma trilha de caminhada foi criada através da floresta, percorrendo os vários cursos de água onde os modelos ainda podem ser visualizados.
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