O caso de uma mulher belga que acreditava ser uma galinha foi citado por psiquiatras como um exemplo de um distúrbio de saúde mental potencialmente subnotificado relacionado à depressão. A mulher de 54 anos, cujo nome não foi revelado, não tinha histórico de abuso de drogas ou álcool, mas foi encontrada pelo irmão em seu jardim, cacarejando e agitando os braços, com as mãos colocadas debaixo das axilas, antes de cantar como um galo. |
Sem saber o que pensar o irmão a levou a um pronto-socorro, onde a mulher expressou sua convicção e falou que estava sentindo uma espécie de formigamento em seus membros inferiores.
O súbito episódio de zoantropia, um distúrbio mental em que a pessoa acredita ser um animal, terminou quando a mulher teve uma convulsão. Ela voltou ao normal depois do episódio, mas não se lembrava de seu curto período de tempo agindo como uma penosa. O relatório dos médicos menciona que ela ficou envergonhada quando sua família contou o que havia acontecido e que este era o motivo dela estar hospitalizada.
De acordo com o estudo de caso publicado na revista científica Tijdschrift voor Psychiatrie, por pesquisadores da Universidade de KU Leuven, existem apenas 56 descrições de casos de episódios de zoantropia na literatura médica, com pessoas que achavam que eram um cão, leão, tigre, hiena, crocodilo, sapo, boi, gato, ganso, rinoceronte, coelho, cavalo, cobra, pássaro, javali e até uma abelha.
- "A zoantropia clínica, ou a convicção de ter se transformado em animal, é uma rara ilusão", escreveram os pesquisadores. - "Existem opiniões diferentes sobre sua patogênese. Essa ilusão pode ocorrer com um distúrbio psiquiátrico subjacente, mas também pode ser colateral de distúrbios estruturais ou funcionais do cérebro."
Nesse caso, o único elo possível era a depressão aparentemente sofrida pela mulher após a perda de um ente querido da família, mas essa condição também era prevalente entre seus outros parentes.
Com efeito a zoantropia é um terreno não muito conhecido pela psiquiatria devido aos poucos casos relatados, mas o trabalho de pesquisa existente vincula a condição geralmente a distúrbios psiquiátricos subjacentes, como esquizofrenia, depressão psicótica e transtorno de humor bipolar. Seus sintomas podem durar de uma hora até várias décadas e os casos são mais comuns em áreas rurais. A mulher brava por causa da quantidade de sacos de lixo deste vídeo, por exemplo, ali pela linha do tempo em 3:40 achou que era uma galinha.
A mulher citada pelos pesquisadores mantinha um relacionamento há duas décadas e tinha um emprego estável em uma farmácia onde voltou ao trabalho um ano depois.
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Comentários
No meu país, tem um cidadão que desfila pelas ruas, no meio da pandemia, sem máscara, pegando crianças no colo, apertando as mãos dos outros e até desafiando o congresso. Tem uma legião de imbecis fanáticos que o seguem. Eu até votei nesse imbecil, porque achei que era boa gente. Não caio mais nesse erro.
No bairro em que cresci havia um rapaz que pensava que era um carro. Ele só se locomovia pelas ruas correndo. Como isso era décadas de 70/80, não havia um transito assim perigoso na região. Ele usava os dedos das mãos como pisca e fazia o movimento da troca das marchas como fazemos no carro. Boa gente, não fazia mal a ninguém! E por incrível que pareça, ele trabalhava de mecânico numa das maiores concessionarias da Volkswagen do Brasil na época. E diziam que era um excelente mecânico.