Até esta semana, o besouro aquático Regimbartia attenuata era praticamente um desconhecido da família destas criaturas. No entanto, agora é possivelmente um dos besouros mais fascinantes que existem. E tudo pelo maravilhoso truque de escapismo após serem engolidos. Basicamente, os pesquisadores descobriram que estes coleópteros são capazes de sair com vida depois de serem caçados pelas rãs, e fazem saindo pelo traseiro da criatura. |
Segundo explicou o autor principal do estudo Shinji Sugiura, da Universidade de Kobe, no Japão:
- "Descobrimos o escape ativo do besouro aquático Regimbartia attenuata dos respiradouros de cinco espécies de rãs através do trato digestivo. Ainda que as rãs comiam facilmente os besouros adultos, 90% dos besouros engolidos eram excretados dentro de seis horas após terem sido comidos e, surpreendentemente, ainda estavam vivos."
Para isso, os pesquisadores tomaram vários adultos Regimbartia attenuata e rãs-malhadas (Pelophylax nigromaculatus, que foram colocado em um mesmo recipiente de laboratório, e deixaram que as rãs comessem os besouros. A partir de então puseram em marcha o cronômetro registrando quanto tempo levavam os besouros para sair no outro extremo.
Em primeiro lugar, Sugiura pôs cera nas patas dos primeiros besouros (portanto, não podiam se mover). Estes demoraram entre 38 e 150 horas para serem digeridos e finalmente excretados, mas não sobreviveram à prova.
Mas quando eram engolidos com todas suas faculdades de movimento intactas, 93.3% dos besouros foram expulsos dentro de seis horas após serem engolidos e, surpreendentemente, todos estavam vivos e caminhando quando conseguiam sair. De fato, a grande maioria deles saíram ilesos em poucas horas, e um particularmente rápido saiu em menos de 7 minutos.
Dito de outra forma, o que Sugiura e sua equipe estavam vendo era que os besouros tinham desenvolvido uma estratégia para acelerar sua passagem pelo sistema digestivo da rã, que geralmente não defeca os restos de comida até um dia após engoli-los.
Não só isso. Os pesquisadores contam que o obstáculo final para os besouros era o esfíncter da rã, que precisa ser estimulado para se abrir e que possam sair. Sugiura sugere que os besouros utilizam algum tipo de estímulo no intestino da rã para relaxar o esfíncter e aproveitar a abertura, o que sugere que o Regimbartia attenuata estimula o intestino posterior e insta a rã a defecá-lo.
A descoberta é o primeiro de seu tipo nos mecanismos de defesa das presas engolidas inteiras pelas rãs, e é um fantástico exemplo dos complexos comportamentos adaptativos dos animais menores.
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